Calzedonia quer abrir mais cinco Intimissimi Uomo

Depois da queda de um terço da faturação no confinamento, grupo tem vendas ao nível de 2019, apesar de menos tráfego em loja
Publicado a

Três meses fechados por causa da pandemia e uma coleção perdida depois, o grupo Calzedonia em Portugal está a ver as vendas das lojas Intimissimi, Calzedonia, Intimissimi Uomo, Tezenis e Falconeri a regressar a níveis do ano passado.

"Perdemos uma grande fatia das entradas, baixaram significativamente, mas conseguimos estar com números (de vendas) comparáveis com o ano anterior. Em setembro e princípio de outubro estamos com níveis do ano passado ou ligeiramente acima", adianta Marco Melchiori, country manager do grupo Calzedonia.

E continuam a abrir lojas: duas Intimissimi abriram logo depois do desconfinamento e, até ao final do ano deverá surgir uma Intimissimi, na Madeira. Em 2021 a aposta é na versão masculina da marca: querem, pelo menos, mais cinco Intimissimi Uomo.

900 trabalhadores em Portugal

"Estamos com enorme confiança no mercado português, o grupo está a investir. Tudo o que estamos a fazer é com um horizonte temporal bem grande. Portugal é uma best practice para o grupo. Tem um volume interessante quando comparo com os grandes países europeus", garante. Com 196 lojas, o grupo emprega perto de 900 colaboradores, sem contar com os franqueados, com cerca de metade do parque de lojas.

O impacto imediato da pandemia foi "significativo". "Estar três meses fechado significa perder toda uma coleção e um terço da nossa faturação. Portanto, o impacto foi forte. Enquanto grupo sempre mantivemos uma visão de longo prazo. Nesta fase, logo na reabertura, abrimos lojas, uma Intimissimi Uomo, na Rua Augusta, e uma Intimissimi, na Rua do Carmo. É certo que fechámos duas, mas já tínhamos previsto fechar", adianta Marco Melchiori.

O efeito da pandemia ainda se faz sentir na queda de tráfego em loja. Em média, há menos 40% de visitas à rede de cerca de 200 lojas, com a maior descida a ocorrer nas zonas turísticas (entre 50 e 70%). Em contrapartida, as vendas regressam aos níveis do ano passado.

Prioridade ao conforto

"O cliente reconhece nas nossas marcas artigos de alta qualidade, em compras sucessivas. Se juntarmos a isto, uma leitura da moda, de uso quotidiano, de conforto, de durabilidade - as coisas que neste período o cliente pede - temos tudo isso. É um produto que, nesta altura do campeonato, é escolhido pelo cliente que está a reconhecer este posicionamento", adianta. "As pessoas consomem um pouco menos fast fashion, mas mais um produto com um conteúdo técnico, de conforto, com uma matéria-prima interessante, marcas que oferecem isso. Na pandemia, a compra é mais ponderada e o cliente está a reconhecer e a valorizar o nosso produto", reforça.

Se a pandemia "acabou" com as visitas à loja para "só ver" as novidades, quem entra vai com um objetivo: comprar. "O ticket médio aumentou de forma residual, cerca de 0,30€ desde julho. Num panorama com limitação de entradas nos espaços comerciais, sentimos um aumento na nossa taxa de conversão, entre os 8 e 9 pontos percentuais, o que demonstra um padrão de mudança no tipo de compra e uma tomada de decisão cada vez mais ponderada e menos de impulso", refere.

Vendas online ajudam

O online também deu contributo. Com lojas fechadas as vendas subiram - "quadruplicou, quintuplicou os números que tínhamos" - mas com um parque de lojas tão expressivo pesa "um pouco mais de 5% das vendas. Depois do confinamento até um pouco menos."

Marco Melchiori olha com "uma atitude positiva" a evolução do último trimestre. "Se o cliente nos escolhe nesta altura do campeonato, também procurará este tipo de produto, com esta tecnicidade, pricing, em novembro, dezembro. Estamos bastante positivos", diz.

E contam expandir a rede. "Para o nosso ADN, as lojas físicas ainda são um canal privilegiado para o nosso cliente", diz. "A nossa visão de expansão é a longo prazo não é a pandemia que a modificou", assegura. "Ter mais 5 lojas Intimissimi Uomo seria desejável, chegar rapidamente a 18 ou 20 Intimissimi Uomo (hoje são 14). O retorno, a atenção que o cliente nos está a dedicar é interessante. Quando existe este feeling é importante acelerar eventuais aberturas. Para o ano vamos trabalhar para ter estes números na Intimissimi Uomo."

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt