Certificados de Aforro caem em janeiro pelo terceiro mês consecutivo

Total de poupanças aplicadas pelas famílias no produto de poupança do Estado recuou 16,81 milhões de euros no passado mês. Do outro lado, os Certificados do Tesouro registaram a 27.ª queda.
FOTO: Carlos Carneiro/Global Imagens
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As poupanças totais aplicadas pelas famílias em Certificados de Aforro (CA) voltaram a cair em janeiro pelo terceiro mês consecutivo, tendo o stock destes títulos de dívida pública totalizado 34,04 mil milhões de euros, menos 16,81 milhões do que em dezembro, revelam as estatísticas divulgadas esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Embora os dados reflitam uma recente desaceleração da procura, o montante investido neste produto de poupança continua a superar largamente o do período homólogo, já que em janeiro de 2023, os portugueses tinham empregues 22,53 mil milhões de euros em CA, um valor 11,5 mil milhões abaixo (-51%) do registado no passado mês.

Depois de quase três anos estagnado na casa dos 12 mil milhões de euros, o stock de Certificados de Aforro tocou, pela primeira vez, em julho de 2022, o patamar dos 13 mil milhões. Desde então, cresceu à boleia da subida da Euribor, atingindo o recorde de 34,07 mil milhões de euros em outubro de 2023. 

Mas, desde que o governo decidiu suspender a série E e lançar uma nova, em junho, com condições menos atrativas, um abrandamento tem-se feito sentir. Ainda que esteja igualmente indexada à Euribor a três meses, a série F tem um teto máximo de 2,5% e uma maturidade mais longa (15 anos), oferecendo prémios de permanência que podem chegar aos 1,75%.

Certificados do Tesouro recuam pelo 27.º mês

No mesmo sentido, a quantia total aplicada pelos portugueses em Certificados do Tesouro (CT), outro instrumento de dívida pública, registou uma quebra de 197,22 milhões em janeiro, face ao mês anterior, totalizando o seu stock 10,83 mil milhões de euros. Trata-se do 27.º recuo consecutivo deste produto de poupança do Estado.

Desde outubro de 2021, os CT têm vindo a perder capitalização, contabilizando-se agora menos 7,03 mil milhões de euros (-39%), em comparação com aquela altura. Em relação ao período homólogo de 2023, quando se verificava um stock de 14,61 mil milhões de euros, o decréscimo em janeiro foi de 3,77 mil milhões (-26%).

Fazendo as contas a ambos os títulos, no final do passado mês, as famílias tinham um total de 44,87 mil milhões de euros aplicados em produtos de poupança do Estado, menos 214,03 milhões do que em dezembro. Já em janeiro de 2023, os dois stocks totalizavam 37,14 mil milhões, o que representa um acréscimo de 7,73 mil milhões de euros (21%). 

Considerando que a dívida pública portuguesa se fixou nos 263 mil milhões de euros em dezembro, de acordo com os últimos números do banco central, conclui-se que cerca de 17% da mesma é detida por particulares.

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