
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) consolidou-se como um dos 20 bancos com maior crescimento em termos de valor de marca, segundo o mais recente relatório “Banking 500” da Brand Finance, uma das principais consultoras de avaliação de marcas. A "impressionante" subida de 43% permitiu à instituição presidida por Paulo Macedo valer agora 952 milhões de euros.
De acordo com a empresa, o forte desempenho financeiro do banco no ano passado refletiu-se em todas as áreas-chave, incluindo lucro, total de ativos e número de agências. Ainda que, oficialmente, não sejam conhecidos os resultados, a consultora avança que a CGD aumentou o número de balcões, totalizando 750 já em 2024.
Entre as principais conclusões do estudo, consta que o setor bancário é liderado sobretudo por instituições chinesas e norte-americanas, resultando a soma das 52 e 72 marcas respetivas em mais de 50% do valor. O ranking, encabeçado pelo Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), com uma valorização de 67 mil milhões de euros, não deixa, contudo, de destacar três portugueses.
Além da Caixa, também o Millennium Bcp se afirma como uma das marcas mais poderosas, com um valor semelhante ao do banco do Estado: 954 milhões de euros. Em 2023, entidade cotada em bolsa aumentou a força da insígnia em 3% (para 81,12 em 100) e elevou o seu rating para AAA-, apresentando um lucro recorde de 856 milhões de euros. O BPI, com 247 milhões, por sua vez, entra na lista em 431.º lugar.
"2023 foi um ano de movimentos no setor bancário português que marcaram a sua concentração e consolidação”, comenta Pilar Alonso Ulloa, diretora geral da Brand Finance para a Iberia (Espanha, Portugal) e América do Sul, ressaltando "a aquisição latente do Novo Banco pelo banco espanhol CaixaBank".
No quadro geral, o valor combinado das 500 marcas bancárias mais valiosas do mundo atingiu um recorde de 1,35 biliões de euros, quase o dobro de há uma década. Embora confirme que os "megabancos" chineses continuam a dominar o topo da classificação do valor da marca, David Haigh, presidente e CEO da consultora, aponta que os bancos locais e regionais estão a alcançar um desempenho tão bom quanto - e, em muitos casos, superior - aos globais.
O relatório indica, por último, que apenas 11 dos 50 principais países registaram declínios no valor acrescentado - Rússia (69%), Nigéria (28%) e Malásia (20%) lideram, devido a uma série de fatores internos e externos.