A China e os EUA são os países que mais vão impulsionar o aumento do consumo de petróleo no resto do ano, antecipou a OPEP, que mantém as perspetivas de procura e destaca o bom andamento da economia..“Se o crescimento nas principais economias da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) e não-OCDE mantiver a dinâmica do primeiro semestre do ano, o crescimento económico para o ano poderá melhorar ainda mais”, afirma a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no relatório mensal hoje divulgado..O cartel do petróleo, com sede em Viena, espera que os bancos centrais do Reino Unido, da zona euro e dos Estados Unidos adotem, no segundo semestre, “políticas monetárias mais acomodatícias”, embora note que isso dependerá da evolução da inflação..“Apesar de alguns riscos negativos, as previsões de crescimento para 2024 e 2025 mantêm-se inalteradas em relação à última avaliação, em 2,8% e 2,9%, respetivamente”, refere a OPEP..Com esta perspetiva, a OPEP espera que o consumo de petróleo aumente 2,7% no terceiro trimestre e 1,7% no quarto trimestre, em comparação com os mesmos períodos do ano passado..Em termos homólogos, o mundo consumirá 104,5 milhões de barris por dia de petróleo bruto este ano, mais 2,2% do que em 2023..A procura na China é a que mais cresce, seguida de perto pela Índia..Os dois gigantes asiáticos juntos consumirão 22,56 milhões de barris por dia este ano, mais do que os Estados Unidos e bem acima dos 13,4 milhões dos países ricos da Europa, onde o aumento do consumo em 2024 e 2025 será marginal..Dentro das economias mais desenvolvidas, os EUA lideram o aumento do consumo, com 0,9%, mantendo-se como o maior utilizador de petróleo bruto..Em geral, as economias em desenvolvimento registam aumentos de consumo muito superiores aos dos países da OCDE..Por setor, a OPEP prevê que o crescimento da procura este ano seja impulsionado pelos transportes rodoviários e aéreos, bem como pela indústria, construção e atividade agrícola nos países não pertencentes à OCDE..A quota de mercado da OPEP, liderada pela Arábia Saudita, tem vindo a diminuir nos últimos anos e está atualmente estimada em 27%..A aliança OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, decidiu, em 02 de junho, prolongar até ao final de 2025 os cortes acentuados na sua oferta de petróleo, equivalentes a quase 6% da procura mundial de crude, acordados desde o final de 2022 com o objetivo de sustentar os preços do petróleo.