
Durante três dias, um grupo internacional de 375 jurados provou os 7156 vinhos a concurso, originários de 56 países. Portugal manteve a já habitual presença significativa, com mais de 870 vinhos a concurso – e um total de 290 medalhas garantidas. Foram 155 Medalhas de Prata, 120 Medalhas de Ouro e 14 Grandes Medalhas de Ouro.
Entre as regiões vitivinícolas mais premiadas, destaque para o Douro e Alentejo, com 76 e 73 medalhas respetivamente (40% e 36,5% dos vinhos apresentados a concurso por estas regiões). Seguiram-se as regiões de Vinho Verde com 35 medalhas, Tejo com 33 medalhas, Lisboa com 23 medalhas, Dão com 18 medalhas, Península de Setúbal com 13 medalhas, Algarve e Trás-os-Montes com 6 medalhas cada, Bairrada com 5 medalhas e Beira Interior com 1 medalha.
As Grandes Medalhas de Ouro – entregues a quem obtém as mais elevadas classificações médias, acima de 96 pontos – foram para referências de seis diferentes regiões nacionais, o que reflete bem a qualidade dos terroirs portugueses.
O Alentejo arrecadou quatro Grandes Medalhas (Howard's Folly Reserva Branco 2022; Quinta dos Cardeais Grande Reserva Branco 2022; Enconstas de Serpa Tinto 2022 e Morais Rocha 2022), com os vinhos brancos a salientar-se, contra aquilo que foi, durante décadas, a tradição daquela região.
No Douro, o destaque foi para o Fronteira Private Selection 2017, o Quinta do Cume Grande Reserva 2019 e o Quinta do Pégo Vinhas Velhas 2017, todos eles vinhos tintos.
Quem veio da China com três Grandes Medalhas de Ouro, também, foi a região dos Vinhos Verdes, que se tem afirmado cada vez mais junto do público internacional. Solar da Pena Batonnage in Oak 2020; Quinta de Linhares Avesso 2024 e Quinta do Beiral 2024 foram os grandes premiados. Lisboa garantiu duas das mais elevadas distinções, com o Património Au Léu Great Choice Touriga Nacional 2023 e com o Forte de São Sebastião Signature 2023, que foi ganhou também o Prémio Revelação de Portugal.
Destaque ainda para o tinto Casa de Santar 2022 e o branco Quinta do Sobreiro de Cima Grande Reserva 2022, que fecharam o grupo dos vinhos nacionais que trouxeram a distinção máxima daquele Concurso.
Os produtores nacionais começam agora a receber os selos, por parte da organização do Concurso Mundial de Bruxelas, pelo que deverá começar a ser possível encontrar os vinhos medalhados à venda, já com referência a estas distinções.
O Concurso Mundial de Bruxelas vai na sua 32º edição, mas a dimensão que atingiu tem-no levado a outros territórios – já raramente acontece na capital que lhe dá nome – e foi-se dividindo por tipos de vinho, precisamente pela dificuldade logística que já representava.
Atualmente, a competição divide-se entre as sessões de Tintos e Brancos – a mais concorrida - ; de Rosés; de Espumantes e de Doces e Fortificados. Todas as sessões acontecem em diferentes geografias. Este ano, China, Roménia e Itália são os países anfitriões de algumas das provas. No próximo ano, a sessão de Tintos e Brancos vai realizar-se na Arménia e, em 2027, será o Douro a acolher a importante prova.
Participam neste concurso centenas de jurados – jornalistas, produtores, enólogos, escanções, especialistas – de todas os mercados que levam vinhos à prova e, anualmente, estão inscritas milhares de referências. A grande vantagem deste tipo de iniciativa é permitir aos produtores perceber se estão alinhados com a média da qualidade internacional, ao mesmo tempo que identificam as tendências nos vários mercados onde estão presentes ou para os quais se querem expandir.