Coca-Cola de garrafa de papel? Marca testa protótipo na Europa

O anúncio surge na mesma semana em que nos Estados Unidos a companhia anunciou a introdução de garrafas feitas de plástico 100% reciclado.
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A Coca-Cola vai testar na Europa o seu primeiro protótipo de garrafa de papel. O teste deverá acontecer no segundo trimestre na Hungria, com a marca de bebidas à base de plantas AdeZ, comercializada pela empresa. O anúncio surge na mesma semana em que a companhia anunciou a comercialização nos Estados Unidos de garrafas Coca-Cola de 100% de plástico reciclado. Na Europa o compromisso é, até 2025, as garrafas comercializadas pela empresa integrarem 50% de plástico reciclado. Projeto de garrafas feitas de plástico retirado dos oceanos, que chegou a ter data de arranque apontada para 2020, está ainda "em fase se desenvolvimento".

No segundo trimestre, 2 mil consumidores na Hungria poderão testar a primeira garrafa de papel de um produto da Coca-Cola. A escolha do protótipo da garrafa recaiu sobre a AdeZ, uma bebida feita à base de plantas.

"O teste que anunciamos hoje é um grande marco na nossa procura pelo desenvolvimento de uma garrafa de papel", diz Daniela Zahariea, Director of Technical Supply Chain & Innovation para a Coca-Cola Europa, citada em nota de imprensa. "As pessoas esperam que a Coca-Cola desenvolva e traga ao mercado novos tipos de embalagens, inovadores e sustentáveis. É por isso que estamos a estabelecer parcerias com especialistas como a Paboco, experimentando e conduzindo este primeiro teste no mercado."

O protótipo foi criado através de uma parceria entre cientistas dos Laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento da Coca-Cola, em Bruxelas, e a The Paper Bottle Company (Paboco). A tecnologia desenvolvida pela Paboco permite criar garrafas 100% recicláveis, feitas de madeira de origem sustentável, com uma barreira de material de base biológica capaz de resistir a líquidos, CO2 e oxigénio, explica a Coca-Cola.

O protótipo "é 100% reciclável (onde a tecnologia está disponível) e, atualmente, consiste num invólucro de papel com uma tampa de plástico e um fino revestimento de plástico reciclável no interior", sendo que o objetivo é desenvolver uma garrafa totalmente reciclada como papel.

"Este lançamento é um passo importante para ver como o protótipo da garrafa de papel se comporta e como os consumidores reagem", explica Stijn Franssen, R&D Packaging Innovation Manager para o mercado EMEA da Coca‑Cola. "Este é um passo importante, pois significa que saímos do laboratório e estamos a entrar no mundo real. E que, pela primeira vez, os consumidores vão realmente beber um dos nossos produtos num tipo potencialmente novo de embalagem de papel", acrescentou.

EUA: com garrafas 100% de plástico reciclado

O anúncio surge na mesma semana em que nos Estados Unidos a companhia anunciou a introdução de garrafas feitas de plástico 100% reciclado, medidas integradas no âmbito do compromisso, um Mundo sem Resíduos, no qual a Coca-Cola querer garantir que, até 2030, todas as suas embalagens sejam recolhidas, recicladas ou reutilizadas.

No mercado norte-americano a Coca-Cola começará a vender as novas garrafas de Coca-Cola, Cola-Cola Diet, Coca-Cola Zero Açúcar e Coca-Cola sabores já este mês em vários estados, bem como as das marcas Dasani e de águas Smartwater. Já as da Sprite só no final de 2022 começam a ser comercializadas.

Uma medida que, segundo garantiu a companhia de Atlanta, irá ajudar a reduzir o uso de plástico virgem em mais de 20% em todo o portefólio comercializado na América do Norte, quando comparado com 2018.

"Esse é um projeto do mercado americano apenas. No caso europeu, o compromisso é de, até 2022, as garrafas de plástico serem feitas com 50% de material reciclado", esclarece fonte oficial da Coca-Cola Company quando questionada pelo Dinheiro Vivo.

A empresa tem vindo a anunciar uma série de iniciativas no âmbito da sustentabilidade ambiental, visando a redução da sua pegada de carbono e a retirada de plástico do ecossistema.

Em 2019 anunciou a criação de uma garrafa de plástico feito com 25% de plástico retirado dos oceanos. O piloto - que passou pela recolha, feita por voluntários, de 250 toneladas de plástico de 84 praias em Portugal e Espanha e por pescadores de 12 portos, parte integrante do projeto Mares Circulares da Coca-Cola - chegou a ter data de arranque comercial apontada para 2020. Mas não tal aconteceu. "Ainda se encontram em fase se desenvolvimento", diz fonte oficial ao Dinheiro Vivo.

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