Coca-Cola. Visitas à fábrica de Azeitão reabrem para assinalar 45 anos em Portugal

O circuito foi renovado para contar a história no nosso país. Por cada euro gasto em produtos Coca-Cola, 85 cêntimos ficam na economia nacional, garante a empresa.
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Foi com o slogan "Primeiro estranha-se, depois entranha-se", que, em 1927, a Coca-Cola tentou dar os primeiros passos no mercado português. A frase foi criada pelo (à época) ilustre desconhecido Fernando Pessoa, que então trabalhava numa agência de publicidade.

A expressão acabaria por ficar para a história, mas naquela altura nem a campanha seria lançada, nem a bebida foi comercializada em Portugal, na sequência da proibição pelo então diretor de Saúde de Oliveira Salazar, o médico Ricardo Jorge.

Na altura, o Governo não poderia antever que apesar da proibição, a marca iria mesmo conseguir estabelecer-se em Portugal e gerar 8800 postos de trabalho diretos e indiretos. E, ainda, trazer vantagens económicas para o país, já que por cada euro gasto em produtos da Coca-Cola, 85 cêntimos ficam na economia portuguesa, como revelou ao Dinheiro Vivo, o head of Public Affairs, Communication & Sustainability na Coca-Cola European Partners (CCEP), Márcio Cruz.

A Coca-Cola entrou na vida dos portugueses em 1977 e para celebrar os 45 anos no nosso país, reabriu ao público o seu circuito de visitas à fábrica de Azeitão. O itinerário foi renovado e a marca quer dar a conhecer a sua história.

"Acima de tudo queremos mostrar que a Coca-Cola é produzida em Portugal. Acho que até hoje os consumidores desconhecem que a Coca-Cola que bebem e os produtos da Coca-Cola que consomem em suas casas, são produzidos em Portugal", refere Márcio Cruz. O responsável deseja, especialmente, que os visitantes saiam com a consciência da importância que a marca dá às questões ambientais.

"Para mais 45 anos precisamos de ter empresas como a Coca-Cola, que tem total consciência do que é o consumidor, o mercado e o país e daquilo que o mercado necessita. E daquilo que o nosso planeta também necessita", frisa, descrevendo os materiais que a empresa utiliza são 100% recicláveis e que tem um processo produtivo de alta qualidade. "Estamos na linha da frente e somos muitas vezes pioneiros na forma como tratamos estes temas da sustentabilidade", garante.

Estes e outros tópicos serão apresentados no decorrer das visitas ao novo circuito. Cada viagem ao universo Coca-Cola terá a duração aproximada de 90 minutos e cada grupo comportará um máximo de 25 pessoas, de forma a garantir uma experiência mais cómoda, explicou Márcio Cruz. Os visitantes têm à sua disposição três horários (9.30, 11.30 e 14.30 horas) que podem ser reservados no site da empresa. Até ao final deste ano, as visitas irão realizar-se nos dias úteis. "Queremos começar numa fase tranquila e oferecer uma experiência única e extraordinária que se possa repetir noutras ocasiões", afirma o responsável.

Cada tour inicia-se na Jacob"s Pharmacy, onde John Pemberton criou a famosa fórmula da Coca-Cola em 1886, nos EUA. É o próprio senhor Pemberton (em holograma) quem faz as honras do início da visita e conta como desenvolveu a bebida.

A partir daqui os visitantes ficam a saber quando se deu a entrada da Coca-Cola em Portugal e da mudança para Azeitão, no distrito de Setúbal, onde as obras da fábrica começaram em 1977. A laboração começou em 1978, sendo atualmente o maior engarrafador do mundo, no sistema Coca-Cola, presente em mais de 25 países.

Ali trabalham 250 pessoas e anualmente são produzidos mais de 250 milhões de litros de bebidas. Entre residentes em Portugal e turistas, a CCEP conta com 37,3 milhões de consumidores em território nacional. "Um facto que as pessoas também não sabem, é que na fábrica não se faz apenas Coca-Cola. 90% do que é vendido em Portugal é produzido na fábrica de Azeitão", revela Márcio Cruz.

Porque, para além da famosa bebida castanha, a CCEP comercializa 15 outras marcas, que perfazem 130 opções de refrigerantes diferentes. O responsável pela comunicação da Coca-Cola European Partners revelou ainda que em Portugal existe uma bebida que não há em outro mercado. A Fanta Guaraná sem açúcar, que segundo Márcio Cruz tem tido uma enorme aceitação por parte dos consumidores portugueses.

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