Curta sobre as contas das SAD  

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Com a publicação dos relatórios anuais das SAD dos três grandes, logo há comparações que ignoram aspetos importantes. Era pior num passado recente, quando a análise se cingia a alguns dados e à transcrição de conclusões constantes nos relatórios.
No presente, a análise é mais profunda, logo mais relevante. No entanto, a imprensa desportiva ainda se fica por comparações acríticas sem cuidar de aferir as diferenças de cada uma, o que enviesa e pode induzir em erros (exemplos: volume de negócios de cada SAD; Benfica tem o merchandising no clube; FC Porto SAD inclui as vendas dos camarotes nas receitas de publicidade e sponsorização e tem perímetro de consolidação diferente).


Geralmente compara-se ativos, passivos, capitais próprios, receitas, custos e resultados operacionais sem atletas (receitas e custos por tipo), as receitas com vendas de atletas, os custos com as transações (por vezes ignorando-se o abate do valor contabilístico dos passes), as mais-valias das transferências, o investimento em atletas (confundindo-se compra, custo e pagamento) e as sempre apetitosas comissões de agentes.


O terceiro pior prejuízo de sempre (quase 48 milhões de euros), parte de 114 milhões de euros de prejuízo acumulado nos últimos cinco anos, a falência técnica, com capitais próprios de cerca de 176 milhões de euros negativos (contrastando com as situações positivas da Benfica SAD - 113,2 milhões - e Sporting SAD - 8,9 milhões, embora aqui se deva ter em conta o vulgarmente designado perdão de dívida), os quase 290 milhões de passivo de curto prazo e, mesmo neste contexto, os aumentos dos custos operacionais (15,5% nos custos com pessoal; quase 11% de FSE), nem a homenagem a Ronaldo e o apuramento precoce da seleção conseguiram varrê-los para debaixo do tapete dos ciclos noticiosos...

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