Nos últimos dias foi noticiado que Andrés Iniesta, 40 anos, se tornou um dos donos do Helsingor, clube em oitavo lugar, de entre 12 clubes, da terceira divisão da Dinamarca. Menos de um mês depois de se reformar dos campos de futebol, assume o papel de protagonista no mundo executivo - passa, para usar termos em inglês, de player a player. Não é o único, como se verá mais adiante. .O antigo craque do Barcelona e da seleção espanhola, nove vezes campeão espanhol, quatro vezes campeão europeu de clubes, três vezes campeão mundial de clubes, duas vezes campeão europeu de seleções, uma vez campeão mundial de seleções, comprou as ações do jovem emblema - fundado há 19 anos - via Never Say Never, a sua empresa de desporto e entretenimento, a meias com a Stoneweg, uma firma da área do mercado imobiliário, num negócio iniciado em abril, ainda Iniesta jogava pelo Emirates Club, do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e concluído agora. .Na lista dos jogadores que mais faturaram no futebol - via Barça, via Vissel Kobe, do Japão, e via Emirates -, atrás apenas de Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Neymar, Kylian Mbappé e Karim Benzema, o ex-médio, elegante e habilidoso como poucos, não tem, portanto, falta de recursos. Iniesta agora quer que o clube, situado no litoral nordestino dinamarquês, a poucas milhas marítimas da Suécia, “melhore ano após ano”. “Quero ver jogadores a progredirem das equipas de base para a equipa principal, quero ver as instalações a melhorarem, quero ver uma equipa pela qual as pessoas sintam orgulho”, disse à TV2, canal local..Apesar de não ter experiência anterior na condução de clubes, o espanhol “nasceu numa cidade pequena, Fuentealbilla, e entende por isso o futebol fora das grandes cidades”, opina Henry Flynn, colunista da revista Forbes. “Além disso”, prossegue, “conhece o famoso sistema de base do Barcelona, de onde ele próprio saiu”. Dessa forma, conclui o articulista, “pode desenvolver novos Haaland, Gyokeres ou Hojlund”, atacantes escandinavos de Manchester City, Sporting e Manchester United a brilharem no futebol europeu. .E, mesmo sem a citada experiência como dirigente, Iniesta aparenta ser um bom empresário - tem parcerias lucrativas com os detergentes Ariel, os jogos de computador Konami, a marca desportiva Mikakus e lançou as Bodegas Iniesta, marca de vinhos. .Entretanto, o agora ex-jogador segue as pisadas de outros atletas que investiram em clubes, alguns dos quais ainda em atividade, como N’Golo Kanté, no Royal Excelsior Virton (Bélgica), Mbappé, no SM Caen (França) ou Thomas Partey, no CD Paracuellos Antamira (Espanha)..E outros retirados, como Gerard Piqué, no FC Andorra (Catalunha), David Beckham, no Inter Miami (EUA) e no Salford City (Inglaterra), Ronaldo Fenómeno, no Real Valladolid (Espanha), Zlatan Ibrahimovic, no Hammarby (Suécia) Cesc Fábregas e Thierry Henry, ambos no Como (Itália), Paolo Maldini, no Miami FC (EUA), Drogba no Phoenix Rising (EUA), Edmilson, no SKA Brasil (Brasil), Eden Hazard, no San Diego (EUA), ou Juninho Paulista, no Ituano (Brasil)..Beckham, o dono do clube de Messi, e Ronaldo Fenómeno, que além do Valladolid comprou e vendeu o emblema que o lançou, o Cruzeiro, são talvez os dirigentes mais destacados - o Fenómeno, aliás, fez um negócio fenomenal ao investir 50 milhões no gigante de Belo Horizonte e receber 150 milhões de reais após a venda, com lucro, portanto, de 100 milhões, isto é, de 16,5 milhões de euros. Talvez Iniesta siga as suas pisadas. .NÚMEROS.223,6.Valor, em milhões de dólares, que Iniesta faturou ao longo da carreira, na Catalunha, no Japão e nos Emirados Árabes Unidos.8º.Posição do FC Helsingor, o clube do ex-craque, na terceira divisão dinamarquesa.16,5.Diferença, em milhões de euros (em reais foram 100 milhões), que Ronaldo faturou com a venda do Cruzeiro