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DECO exige mudanças urgentes nos serviços públicos e bancários para proteger consumidores

Associação elaborou uma lista de medidas que visam a resolução de problemas que afetam diariamente os portugueses. Em 2023, mais de 360 mil pessoas reclamaram à Deco.
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A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) exigiu esta sexta-feira que se procedam a alterações legislativas e regulatórias que visam a resolução “urgente” de problemas que afetam diretamente os direitos e interesses dos consumidores portugueses, nomeadamente nos serviços públicos essenciais e na banca, lê-se num comunicado enviado às redações.
Entre os setores-alvo, encontram-se as comunicações eletrónicas, justificadas pela crescente dependência da sociedade em sistemas de informação e comunicação. Neste sentido, alerta a DECO, “as telecomunicações devem reforçar a proteção do consumidor, através de uma fiscalização eficiente e da criação de indicadores de qualidade e parâmetros de regulação comercial”. 
Quanto a ações concretas para reforçar essa proteção, inclui-se a proibição de aumentos de preço durante períodos de fidelização e a implementação de regulamentos de qualidade de serviço e relações comerciais. A par, destaca ainda a associação, a inclusão da tarifa social de internet em opções tarifárias mais amplas é uma prioridade para garantir um acesso mais amplo entre os consumidores vulneráveis.
No ramo da energia, cuja fatura representa uma parcela significativa do orçamento familiar, tornando por isso essencial a proteção dos consumidores, as exigências passam por medidas que acelerem a ativação da telecontagem nos contadores inteligentes já instalados e que se revejam os critérios de atribuição da tarifa social, para garantir que estão alinhados com as realidades económicas atuais. A DECO pressiona ainda para que se reduza o IVA para 6% em todas as componentes da fatura de energia.
Perante o aumento do custo de vida e a possibilidade de agravamento dos tarifários da água, a associação defende a importância de potenciar uma política tarifária eficaz e adequada, reivindicando também melhores padrões de qualidade do serviço, penalizando as entidades gestoras menos inovadoras e eficientes. Ora, para isso é necessário a implementação de um regime sancionatório e de um modelo de contratação que evite cobranças injustas, bem como a aplicação obrigatória de tarifas sociais e o reforço dos poderes regulatórios das entidades responsáveis pela supervisão do setor.
Já no que toca à banca, a DECO alerta que a digitalização do setor e as consequentes exclusões de cidadãos aos serviços mínimos têm exposto os consumidores a riscos adicionais, como fraudes sem garantias de compensação. Assim, na lista de exigências constam medidas como a reintrodução da dedução dos juros do crédito à habitação própria e permanente para todos os empréstimos e a reposição do limite de 30%; a eliminação de comissões por amortização antecipada no regime de taxa variável e a redução do seu valor para 0,5% no regime de taxa fixa; e a criação de uma base de dados centralizada para combater fraudes.
De acordo com os dados disponibilizados pela associação, em 2023, os seus serviços receberam aproximadamente 360 mil contactos de consumidores, destacando-se os setores das telecomunicações, bens de consumo e comércio online, banca, seguros e energia como os mais reclamados.
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