Défice público continua a cair e afunda 9% até outubro

Diferença entre receita e despesa emagrece cerca de 9% face a outubro de 2020 ou 650 milhões de euros. Em setembro, quebra tinha sido de quase 13%.
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O défice das Administrações Públicas medido em contabilidade de caixa, que é apurada pelo próprio Ministério das Finanças, atingiu 6.673 milhões de euros no período de janeiro a outubro este ano, recuando assim cerca de 9% face a outubro de 2020 ou 650 milhões de euros, revelou a tutela do ministro João Leão, numa nota enviada às redações. Isto depois de uma quebra de quase 13% até setembro.

Segundo a mesma fonte oficial, essa descida do défice "é explicada pelo crescimento da receita (7,3%)" que foi "superior ao da despesa (5,7%)".

A despesa primária, ou seja, os gastos totais sem juros, "aumentou 7,1% em resultado das medidas extraordinárias de apoio à economia e a forte dinâmica de crescimento da despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Segundo as Finanças, "a despesa com medidas extraordinárias de apoio às empresas e famílias atingiu 5.276 milhões de euros, ultrapassando o valor executado em todo o ano 2020 (3.546 milhões de euros)".

"Os apoios concedidos pela Segurança Social ascenderam a 1.603 milhões de euros, mais do dobro do valor orçamentado para 2021 (776 milhões de euros)", destacando-se "os apoios ao emprego (888 milhões de euros), os apoios extraordinários ao rendimento dos trabalhadores (438 milhões de euros) e os subsídios por doença e isolamento profilático (175 milhões de euros)".

"Os apoios às empresas a fundo perdido para suportar custos com trabalhadores e custos fixos atingiram os 2.291 milhões de euros, ultrapassando em mais de 60% a execução de todo o ano de 2020 (1.409 milhões de euros)."

Muito investimento público, diz o governo

O mesmo ministério repete que o investimento público está a avançar de forma significativa. Diz que o investimento da Administração Central e Segurança Social "cresceu 21,8% em termos comparáveis e excluindo parcerias público-privado (PPP), refletindo o impacto do Projeto de Universalização da Escola Digital, a expansão das redes de metropolitano e o plano de investimentos Ferrovia 2020".

Já as despesas com pessoal aumentaram 4,8%, um reflexo de "contratações de pessoal e encargos com valorizações remuneratórias, nomeadamente nas progressões, destacando-se o forte contributo do SNS", acrescenta fonte governativa.

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