"Só com muita imaginação e muito querer foi possível abrir brechas e criar oportunidades."
Foi assim de Rui Nabeiro, fundador da Delta Cafés, lembrou os mais de 50 anos de história da marca de cafés portuguesa que hoje anunciou uma mudança de identidade a pensar no mercado global.
Com liderança no canal HORECA de 38% dos cafés e com a Delta Q de 42%, adiantou Rui Miguel Nabeiro, que diz que a marca vai "apostar fortemente em novos mercados, como os antigos descobridores".
A escolha do Torreão Nascente, no Terreiro do Paço, foi neste sentido simbólica da vontade da marca, que nasceu em Campo Maior, de expandir para novos mercados. Neste momento, a empresa já está presente em 35 mercados, cinco dos quais de forma direta, caso de Angola (onde têm uma fábrica), Espanha, França, Luxemburgo e Brasil. O mercado externo já representa 25% das receitas da Delta Cafés, sendo que o objetivo é no final do próximo ano chegar aos 30%. "Em 2014 queremos estar em mais dez novos mercados", assegura Rui Miguel Nabeiro, adiantando ao Dinheiro Vivo à margem da conferência que o mercado asiático é um deles.
Objetivos para os quais era necessário criar "uma marca mais global". A empresa reformulou com a colaboração da agência de branding Ivity a identidade. O verde desapareceu do logótilo, manteve-se o triângulo e reintroduzido o lettering em caixa alta de 1961, tendo-se substituído a assinatura A Verdade do Café pela nova assinatura: O Café da sua Vida.
Toda a imagem da marca foi uniformizada. O lote Diamante para a ser Diamond tanto em Portugal, como no Luxemburgo ou no Brasil, lógica de adaptação dos nomes e embalagens que se aplicam a todas as referências da marca. A Delta lançou ainda uma nova referência para exportação no café de saco, o Gran Aroma.
A Delta não revela valores de investimento na mudança de imagem, nem para a expansão para novos mercados. Em termos de comunicação, adianta João Manuel Nabeiro, administrador, o esforço numa fase inicial vai ser feito sobretudo no mercado HORECA e retalho "e assim iremos chegar a todos os consumidores".