Banco de França vai rever previsões de crescimento para 2025 e 2026

Governador do BdF destacou que agora antecipam um crescimento de 0,2% no quarto trimestre, depois dos 0,1% registados no primeiro, 0,3% no segundo e 0,5% no terceiro.
Banco de França vai rever previsões de crescimento
Banco de França vai rever previsões de crescimentoEPA/TERESA SUAREZ
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O governador do Banco de França (BdF) disse esta quarta-feira, 10, que a economia "está a resistir melhor do que se poderia recear” e que nos próximos dias vão rever em alta as previsões de crescimento para este ano e para 2026.

Em entrevista à rádio Europe 1 e ao canal CNews, François Villeroy de Galhau destacou que agora antecipam um crescimento de 0,2% no quarto trimestre, depois dos 0,1% registados no primeiro, 0,3% no segundo e 0,5% no terceiro.

A partir daí, avançou que será revista em alta tanto a projeção que o BdF tinha para 2025, de 0,7%, como para 2026, de 0,9%, embora não tenha precisado valores.

O Governo reviu em alta a previsão para 2025, que era de 0,7%, para “pelo menos 0,8%”, recordou hoje o ministro da Economia, Roland Lescure, noutra entrevista à rádio RTL, na qual sublinhou ser necessário aproveitar esse impulso para fazer esforços de redução do défice público.

Roland Lescure insistiu que é “essencial” que o Orçamento para 2025, que está a ser debatido no Parlamento, avance com um défice de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) “e não acima disso”.

Na terça-feira, o Governo francês conseguiu algum alívio com a aprovação, na Assembleia Nacional, do orçamento da Segurança Social, evitando pelo menos por agora uma nova crise política.

O texto aprovado pelos deputados (com uma diferença de apenas 13 votos) prevê um défice da Segurança Social de 19.500 milhões de euros, resultado que implica também o compromisso de o Estado fazer uma injeção de 4.500 milhões, indicou Roland Lescure, acrescentando que isso significa que, no Orçamento do Estado, “serão necessários esforços”.

O governador do BdF, por seu lado, considerou que para França cumprir o compromisso europeu de reduzir o défice para 3% do PIB em 2029, em 2026 terá de ser feito um quarto do esforço total, o que deverá traduzir-se num défice de 4,8%, inferior ao previsto pelo Governo.

Para François Villeroy de Galhau, essa redução do défice no próximo ano “é muito importante para recuperar a confiança”, porque França é “o último vagão na Europa em matéria de taxas de juro”.

A referência diz respeito ao aumento, nos últimos meses, do prémio de risco francês, alimentado pela crise política desencadeada pelas eleições legislativas antecipadas no verão de 2024, que resultaram numa Assembleia Nacional extremamente fragmentada.

O governador do BdF recordou que, segundo os seus cálculos, a incerteza política em França custou à economia pelo menos 0,2% de crescimento, o equivalente a cerca de 6.000 milhões de euros, aos quais se soma o efeito das crises internacionais, que retiraram mais 0,3%.

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