Bankinter diz que não recebeu indicação do Governo para não comprar Novo Banco

Governo terá dado indicação em Espanha de que não ficaria confortável caso a compra fosse feita pelo Caixabank. Gloria Ortiz diz que intromissão govenamental em negócios privados "não é boa notícia".
Bankinter diz que não recebeu indicação do Governo para não comprar Novo Banco
Paulo Spranger/Global Imagens
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A presidente executiva do Bankinter disse esta quinta-feira, 24 de julho, que o objetivo em Portugal continua a ser o de fazer crescer o negócio, sem aquisições, e que não recebeu qualquer indicação do Governo português para não comprar o Novo Banco.

O grupo espanhol Bankinter apresentou esta quinta-feira lucros de 541,7 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 14,4% do que nos primeiros seis meses de 2024. Na operação em Portugal, o resultado antes de impostos foi de 104 milhões de euros (mais 2%).

Em resposta aos jornalistas, na conferência de imprensa, Gloria Ortiz afirmou que o objetivo em Portugal é "crescer organicamente", desde logo em crédito e depósitos, e que não prevê aquisições.

Questionada sobre se houve alguma indicação do Governo português ao Bankinter para não comprar o Novo Banco, Ortiz respondeu que não houve qualquer indicação.

Além disso, considerou que, em geral, qualquer intromissão governamental em negócios privados "não é boa notícia".

A propósito da venda do Novo Banco, a imprensa noticiou que o Governo português deu indicação em Espanha de que não ficaria confortável caso a compra fosse feita pelo Caixabank devido à já preponderante presença espanhola no setor bancário português. Por fim, foi acordada a venda com o francês BPCE.

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Apesar da União Europeia vir promovendo operações transfronteiriças, as compras de bancos entre países tem levantado a oposição de governos. Na Alemanha, o Governo mostrou desconforto com o reforço do italiano Unicredit no alemão Commerzbank.

Sobre a compra, em Espanha, do catalão Sabadell pelo basco BBVA e as posições tomadas pelo Governo espanhol, Ortiz não quis comentar.

A responsável disse que o grupo que lidera mantém-se apostado em crescer organicamente mas admitiu que possa vir a entrar em novos mercados (incluindo por aquisições) de futuro caso avalie que aí há grande potencial de crescimento, como foram os casos de Irlanda e Portugal.

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