A Comissão Europeia vai atualizar, esta segunda-feira, 17, as suas previsões sobre o crescimento económico da zona euro e da União Europeia (UE), que à semelhança das anteriores continuam marcadas pela incerteza devido ao contexto mundial.Depois de projeções pessimistas de primavera divulgadas em maio passado, que foram as primeiras após os anúncios norte-americanos no início do ano de pesadas tarifas à UE, o executivo comunitário volta agora a publicar as previsões, desta vez de outono, com indicadores para todos os Estados-membros e outras grandes economias.Após compromissos de Bruxelas e Washington, foi possível alcançar no verão um entendimento que permitiu sanar algumas destas tensões, mas ainda persistem incertezas relacionadas com o comércio mundial, assim como com a instabilidade nos mercados financeiros e com a inflação persistente, que causam receios de desaceleração económica na zona euro e bloco comunitário.São estes impactos que a Comissão Europeia vai acautelar nas suas previsões de outono.Na passada quarta-feira, o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, destacou os “ventos contrários consideráveis” que afetam o crescimento da economia da zona euro e avisou que os países da moeda única “não podem ser complacentes” com as suas finanças.Ainda assim, o responsável afirmou que “a economia da área do euro está a apresentar um desempenho mais forte em 2025 do que o anteriormente esperado e continua a gerar crescimento” do Produto Interno Bruto (PIB).Certo é que as previsões europeias têm vindo a ser marcadas por revisões em baixa consecutivas, com a Comissão Europeia a tornar-se progressivamente mais cautelosa quanto ao crescimento económico.As previsões económicas de outono surgem num contexto de grande incerteza, tanto externa como interna, para as economias comunitárias.Entre os principais fatores condicionantes estão a persistência da inflação subjacente e a política monetária restritiva do Banco Central Europeu, que continua a afetar o investimento e o consumo privado.A evolução dos preços da energia - fortemente dependente da situação geopolítica no Médio Oriente e da guerra na Ucrânia - é outro elemento crítico, assim como os receios relacionados com o comércio mundial, o abrandamento da economia alemã e as tensões orçamentais em vários países da zona euro como em França.Quanto a Portugal, o Governo destacou na passada quarta-feira o “bom momento” da economia portuguesa, que espera ver refletido nas previsões da Comissão Europeia, falando numa “execução orçamental bastante robusta” com excedente este ano e no próximo.Nas anteriores previsões económicas, as de primavera divulgadas em maio passado, o executivo comunitário estimou que Portugal tenha um excedente orçamental de 0,1% do PIB este ano, que se transformará num défice de 0,6% em 2026.Ao mesmo tempo, a instituição reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,8%, estando confiante de que o PIB vai crescer 2,2% em 2026.Quanto à zona euro, a Comissão Europeia reviu significativamente em baixa o crescimento económico da zona euro para este ano, de 1,3% para 0,9%, estimando que o PIB seja afetado pelas tarifas norte-americanas e a incerteza comercial. .Comissão Europeia saúda apoio de tribunal da UE a lei sobre salários mínimos