Bruxelas atualiza projeções de crescimento na UE e zona euro

O executivo comunitário volta a publicar as previsões, desta vez de outono, com indicadores para todos os Estados-membros e outras grandes economias.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. (arquivo)
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. (arquivo)Foto: EPA / OLIVIER MATTHYS
Publicado a

A Comissão Europeia vai atualizar, esta segunda-feira, 17, as suas previsões sobre o crescimento económico da zona euro e da União Europeia (UE), que à semelhança das anteriores continuam marcadas pela incerteza devido ao contexto mundial.

Depois de projeções pessimistas de primavera divulgadas em maio passado, que foram as primeiras após os anúncios norte-americanos no início do ano de pesadas tarifas à UE, o executivo comunitário volta agora a publicar as previsões, desta vez de outono, com indicadores para todos os Estados-membros e outras grandes economias.

Após compromissos de Bruxelas e Washington, foi possível alcançar no verão um entendimento que permitiu sanar algumas destas tensões, mas ainda persistem incertezas relacionadas com o comércio mundial, assim como com a instabilidade nos mercados financeiros e com a inflação persistente, que causam receios de desaceleração económica na zona euro e bloco comunitário.

São estes impactos que a Comissão Europeia vai acautelar nas suas previsões de outono.

Na passada quarta-feira, o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, destacou os “ventos contrários consideráveis” que afetam o crescimento da economia da zona euro e avisou que os países da moeda única “não podem ser complacentes” com as suas finanças.

Ainda assim, o responsável afirmou que “a economia da área do euro está a apresentar um desempenho mais forte em 2025 do que o anteriormente esperado e continua a gerar crescimento” do Produto Interno Bruto (PIB).

Certo é que as previsões europeias têm vindo a ser marcadas por revisões em baixa consecutivas, com a Comissão Europeia a tornar-se progressivamente mais cautelosa quanto ao crescimento económico.

As previsões económicas de outono surgem num contexto de grande incerteza, tanto externa como interna, para as economias comunitárias.

Entre os principais fatores condicionantes estão a persistência da inflação subjacente e a política monetária restritiva do Banco Central Europeu, que continua a afetar o investimento e o consumo privado.

A evolução dos preços da energia - fortemente dependente da situação geopolítica no Médio Oriente e da guerra na Ucrânia - é outro elemento crítico, assim como os receios relacionados com o comércio mundial, o abrandamento da economia alemã e as tensões orçamentais em vários países da zona euro como em França.

Quanto a Portugal, o Governo destacou na passada quarta-feira o “bom momento” da economia portuguesa, que espera ver refletido nas previsões da Comissão Europeia, falando numa “execução orçamental bastante robusta” com excedente este ano e no próximo.

Nas anteriores previsões económicas, as de primavera divulgadas em maio passado, o executivo comunitário estimou que Portugal tenha um excedente orçamental de 0,1% do PIB este ano, que se transformará num défice de 0,6% em 2026.

Ao mesmo tempo, a instituição reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,8%, estando confiante de que o PIB vai crescer 2,2% em 2026.

Quanto à zona euro, a Comissão Europeia reviu significativamente em baixa o crescimento económico da zona euro para este ano, de 1,3% para 0,9%, estimando que o PIB seja afetado pelas tarifas norte-americanas e a incerteza comercial.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. (arquivo)
Comissão Europeia saúda apoio de tribunal da UE a lei sobre salários mínimos

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt