Comissão Europeia saúda apoio de tribunal da UE a lei sobre salários mínimos

De acordo com o executivo comunitário, “os salários mínimos adequados são essenciais para a justiça social e para uma economia produtiva e inclusiva”.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. (arquivo)
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. (arquivo)Foto: EPA / OLIVIER MATTHYS
Publicado a

A Comissão Europeia saudou esta terça-feira, 11, o acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) que valida a maior parte da diretiva comunitária sobre o salário mínimo, ao determinar não haver interferência direta na competência nacional.

“A Comissão congratula-se com o acórdão proferido hoje pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, que confirma em grande medida que a diretiva relativa a salários mínimos adequados tem uma base jurídica sólida”, afirma a instituição em comunicado, reagindo ao caso iniciado pela Dinamarca, que contesta esta legislação comunitária.

De acordo com o executivo comunitário, “os salários mínimos adequados são essenciais para a justiça social e para uma economia produtiva e inclusiva” pois “contribuem para proteger o poder de compra dos trabalhadores, reduzir as desigualdades salariais e a pobreza no trabalho, apoiar a procura interna e reforçar os incentivos ao trabalho”, assim como “para colmatar as disparidades salariais entre homens e mulheres”.

Citada pela nota, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vinca que “todos os trabalhadores na Europa devem poder ganhar a vida”.

“O acórdão de hoje é um marco para os europeus - trata-se de dignidade, equidade e segurança financeira. A diretiva será implementada no pleno respeito pelas tradições nacionais, pela autonomia dos parceiros sociais e pela importância da negociação coletiva”, adianta a responsável.

Em causa está uma diretiva europeia sobre salários mínimos, adotada há três anos, que prevê que todos os países da UE garantam salários justos e adequados, definidos com base em critérios objetivos (como custo de vida e produtividade), e que reforcem a negociação coletiva para melhorar as condições salariais.

Em concreto, os Estados-membros têm de criar mecanismos transparentes e fiáveis para definir salários mínimos adequados, sem fixar um valor mínimo comum para a UE, dadas as diferenças salariais.

O TJUE confirmou hoje a validade da maior parte da diretiva comunitária sobre o salário mínimo, que a Dinamarca contesta, determinando não haver interferência direta na competência nacional.

“O Tribunal de Justiça confirma a validade de grande parte da Diretiva relativa a salários mínimos adequados na União Europeia”, lê-se num comunicado de imprensa da instituição.

O tribunal nega provimento à alegação de ingerência pela Dinamarca e explica que “a exclusão da competência só se aplica à ingerência direta do direito da União na determinação das remunerações e no direito sindical”.

Em particular, o Tribunal de Justiça conclui que a diretiva "não constitui uma interferência direta do direito da União no direito de associação e sindicalização", explicou o TJUE no comunicado, indicando ainda que "rejeita igualmente o fundamento invocado pela Dinamarca com base no facto de a diretiva ter sido adotada com base jurídica errada".

A diretiva em causa, de 2022, estabelece regras que asseguram a existência de um salário mínimo nacional atualizado, mas não fixa quaisquer montantes.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. (arquivo)
Comissão Europeia propõe 300.000 euros para jovens agricultores

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt