O preço dos brócolos disparou 39% desde o início do ano, tornando-se o produto que mais encareceu no cabaz alimentar da DECO PROteste. Um quilo deste hortícola custa agora, em média, 3,87 euros — mais 1,08 euros do que na primeira semana de 2025. Só na última semana, entre 24 de setembro e 1 de outubro, registou-se uma subida adicional de 12 cêntimos (3%).Apesar de uma ligeira descida de 48 cêntimos na última semana, o cabaz alimentar monitorizado pela associação de defesa do consumidor continua entre os mais caros desde que o acompanhamento começou, em 2022, refere a DECO, em comunicado. Hoje custa 241,97 euros, quase seis euros (5,81) acima do valor de janeiro e mais 54,27 euros do que há quase quatro anos.Além dos brócolos, outros produtos registaram aumentos expressivos ao longo deste ano de 2025: o café torrado moído subiu 29%, as laranjas 28% e os ovos também 28%. Já na última semana, as maiores variações percentuais verificaram-se na batata-vermelha (11%), nos medalhões de pescada (8%) e nos flocos de cereais (8%).Como é calculado o preço do cabaz?A DECO PROteste explica que desde janeiro de 2022 acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.Quais os alimentos no cartaz?CarneLombo de porco, Frango inteiro, Febras de porco, Costeletas de porco, Bife de peru, Carne de novilho para cozer, Perna de peruPeixeBacalhau graúdo, Dourada, Salmão, Pescada fresca, Carapau, Peixe-espada-preto, Robalo, PercaCongeladosDouradinhos de peixe, Ervilhas ultracongeladas, Medalhões de pescadaFrutas e legumesLaranja, Maçã gala, Maçã golden, Banana, Tomate, Couve-flor, Alface, Brócolos, Cenoura, Batata-vermelha, Curgete, Alho, Cebola, Couve-coraçãoLaticíniosQueijo curado fatiado embalado, Queijo flamengo fatiado embalado, Leite UHT meio-gordo, Manteiga com sal, Iogurte de aroma (pack de oito), Iogurte líquido de morango (pack de quatro), OvosMerceariaGrão cozido, Feijão cozido, Óleo alimentar 100% vegetal, Azeite virgem extra, Sal grosso, Arroz carolino, Arroz agulha, Salsichas Frankfurt, Atum posta em azeite, Atum posta em óleo, Açúcar branco, Massa espirais, Esparguete, Polpa de tomate, Farinha para bolos, Cereais de trigo, arroz e aveia integrais, Flocos de cereais de mel, Cereais de fibra, Carcaça tradicional, Peito de peru fatiado, Fiambre da perna fatiado, Bolacha maria, Pão de forma sem côdea, Café torrado moído A DECO PROteste recorda que "a escalada dos preços alimentares nos últimos três anos está ligada a vários fatores: a pandemia, a seca e, sobretudo, a guerra na Ucrânia, que pressionou a oferta de cereais e fez disparar custos de produção, fertilizantes e energia. Em 2023, o Governo tentou mitigar a subida com a isenção de IVA em mais de 40 alimentos, mas o impacto foi temporário".A subida dos preços levou a inflação para valores bastante elevados para o padrão habitual em 2022, o que levou o BCE a aumentar taxas de juro para fazer baixar a inflação, numa trajetória que tem vindo a corrigir, como sinaliza a DECO. "Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, de acordo como Instituto Nacional de Estatística (INE), no final do ano passado, a taxa de inflação média anual terá ficado nos 2,4%, um valor bastante abaixo dos 4,3% de 2023 e dos 7,8% de 2022. Em abril de 2025, contudo, a taxa de inflação do País voltou às subidas. Já em setembro, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística, deverá ter abrandado, para 2,4%, menos 0,4 pontos percentuais do que em agosto".