O ministro das Finanças disse hoje que o Governo “vê sempre com satisfação” que um português concorra a um alto cargo europeu, quando questionado sobre a eventual candidatura de Mário Centeno a vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).“O Governo, naturalmente, como acontece sempre – e como aconteceu, por exemplo, com o doutor António Costa [antigo primeiro-ministro, agora presidente do Conselho Europeu] recentemente – vê sempre com satisfação quando um português pode chegar a um cargo internacional”, disse Joaquim Miranda Sarmento.Falando à chegada à reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, o ministro português da tutela disse que “a satisfação é igual para todos” e também aconteceria perante uma candidatura do ex-governador do Banco de Portugal, embora salientando que “ainda é extemporâneo” falar de nomes, dado que no encontro de hoje apenas será divulgado o calendário para a sucessão de Luis de Guindos, que termina o cargo em junho de 2026.“O presidente do Eurogrupo [Paschal Donohoe] apenas fará a indicação do calendário e todo o processo formal, [pelo que] é extemporâneo estarmos para já a falar de nomes - esse é um momento que ocorrerá posteriormente, em próximas reuniões do Eurogrupo”, elencou Joaquim Miranda Sarmento.O governante adiantou que o executivo vai “agora para o calendário, para o processo e tomar decisões”, reforçando que “é sempre bom para o país quando um português tem possibilidades de chegar a um cargo europeu ou internacional, como há vários exemplos”.A posição surge no dia em que o nome de Mário Centeno é falado na ‘corrida’ à sucessão de Luis de Guindos, a partir de julho de 2026.Além do nome do ex-governador do Banco de Portugal e antigo ministro das Finanças, fala-se do nome do antigo comissário europeu finlandês Olli Rehn, o economista croata Boris Vujčić e a vice-governadora do banco central da Grécia, Christina Papaconstantinou..Centeno pode suceder a Luis de Guindos na vice-presidência do BCE.Montenegro afirma que vai bater-se por boa representação de Portugal no BCE O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que vai bater-se com recato por uma boa representação de Portugal no Banco Central Europeu (BCE), mas recusou sempre mencionar diretamente uma candidatura de Mário Centeno ao lugar de vice-presidente.Luís Montenegro falava após ter discursado na sessão de abertura da conferência “Capital Markets Day”, na Culturgest, em Lisboa.Interrogado pelos jornalistas sobre a possibilidade de o ex-governador do Banco de Portugal e ministro socialista das Finanças, Mário Centeno, ser escolhido vice-presidente do BCE, o líder do executivo respondeu:“O que posso dizer é que vamos integrar esse processo com enorme sentido de responsabilidade para termos boas soluções à escala europeia e também, naturalmente, uma boa representação de Portugal”, declarou.Questionado diretamente se Mário Centeno é uma boa solução para vice-presidente do BCE, Luís Montenegro considerou que este não é o momento ara fazer uma “menção direta” sobre candidatos.“Uma vez aberto o processo, participaremos com especial empenho, sentido de responsabilidade e com o objetivo de termos uma boa representatividade”, repetiu.Já quando foi confrontado se o Governo português repetirá neste caso do BCE a opção que tomou quando apoiou o anterior primeiro-ministro, António Costa, para o cargo de presidente do Conselho Europeu, Luís Montenegro concordou.“Com certeza, será sempre com o intuito de poder salvaguardar a melhor posição possível para Portugal”.