CGD com melhor desempenho da zona euro no teste de stress da autoridade europeia

Já em 2023, quando foi realizado o último teste, o banco público tinha conseguido este resultado. BCP, o maior banco privado português, também ficou bem classificado, melhor do que a média europeia-
Paulo Macedo, presidente da CGD.
Paulo Macedo, presidente da CGD.Gerardo Santos
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse esta sexta-feira, 1 de agosto, ter alcançado o melhor desempenho da zona euro no teste de stress da Autoridade Bancária Europeia (EBA), à semelhança do que tinha acontecido em 2023.

“A Caixa Geral de Depósitos alcançou o melhor desempenho da zona euro – menor delapidação do capital – no teste de esforço de 2025, conduzido pela EBA, em articulação com o Banco Central Europeu (BCE) e o Comité Europeu do Risco Sistémico (ESRB)”, anunciou, em comunicado o banco público.

Em 2023, quando foi realizado o último teste, o banco público já tinha ficado nesta posição.

Perante um cenário adverso, que considera instabilidade geopolítica, desaceleração da economia, elevada inflação e taxas de juro altas, o rácio de capital CET 1 da Caixa aumenta para 20,02% no final de 2027, face aos 20% registados em 2024.

Neste cenário, a CGD mantém a capacidade de distribuição de mais de 1.000 milhões de euros em dividendos, além dos 3.350 milhões de euros pagos desde a recapitalização de 2017.

O rácio CET1 é uma medida fundamental da solidez financeira dos bancos e, quanto mais elevado for, mais garantias de solvência o banco tem.

BCP melhor que média europeia

O BCP registou resultados melhores do que a média europeia nos testes de stress a que foi sujeito pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), adiantou o banco, num comunicado publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“O Banco Comercial Português, S.A. [BCP] foi submetido ao teste de stress de 2025 na União Europeia (UE) conduzido pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), em cooperação com o Banco de Portugal, o Banco Central Europeu (BCE) e o Comité Europeu do Risco Sistémico (ESRB)”, disse a instituição.

Segundo o banco, “o cenário adverso do teste de stress foi definido pelo BCE/ESRB e cobre um horizonte de três anos (2025-2027)”, tendo sido “realizado na premissa do balanço a dezembro de 2024 permanecer inalterado e, consequentemente, não tem em consideração estratégias de negócio e ações de gestão futuras, não representando consequentemente uma previsão da evolução financeira” do BCP.

De acordo com os resultados, disse o BCP, “da aplicação do cenário adverso resultou uma redução de 230 p.b. [pontos base] no final de 2025, de 154 p.b. no final de 2026 e de 102 p.b. no final de 2027 face ao rácio de CET1 fully loaded restated (CRR3) de 2024”.

Isto compara “com uma redução média no universo dos 64 bancos submetidos a este exercício, de 313 p.b. no final de 2025, 339 p.b. no final de 2026 e de 370 p.b. no final de 2027”, lê-se na mesma nota.

Por outro lado, da aplicação do cenário base “resultou um aumento de 130 p.b. no final de 2025, de 255 p.b. no final de 2026 e de 280 p.b. no final de 2027 no rácio de capital CET1 fully loaded restated (CRR3) de 2024”.

Estes resultados comparam “com um aumento médio no universo dos 64 bancos submetidos a este exercício, de 62 p.b. no final de 2025, 108 p.b. no final de 2026 e de 118 p.b. no final de 2027”, indicou.

“O teste de stress de 2025 na UE não contém um limiar de aprovação/reprovação, tendo sido projetado para ser usado como uma importante fonte de informação para o processo de análise e avaliação pelo supervisor (SREP-Supervisory Review and Evaluation Process)”, ressalvou o BCP.

O banco indicou que os resultados “permitirão auxiliar as autoridades competentes na avaliação da capacidade do Banco Comercial Português, S.A. em cumprir os requisitos prudenciais aplicáveis em cenários adversos”.

A banca europeia é hoje mais resiliente face a uma potencial crise, graças ao aumento dos seus lucros, concluiu a Autoridade Bancária Europeia (EBA) no seu teste de stress.

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