
Orgulho foi a palavra mais repetida por Paula Geada durante a apresentação detalhada das contas da Caixa Geral de Depósitos (CGD), relativas a 2024.A administradora ficou responsável por explicar a evolução da atividade do banco, ontem à tarde, logo após o CEO, Paulo Macedo, ter revelado quais os números principais da atividade do ano passado. O banco estatal voltou a apresentar lucros históricos, superando os resultados líquidos registados em 2023, que já tinham sido máximos de sempre. No ano passado, a CGD fechou o ano com lucros de 1 735 milhões de euros e vai agora propor à Assembleia Geral a entrega de 850 milhões de euros em dividendos ao acionista: o Estado. Fica assim concluído o reembolso do valor do aumento de capital de 2500 milhões de euros realizado em 2017 no banco público.
Mas, para Paulo Macedo, que também se revelou orgulhoso dos objetivos atingidos pela CGD, não são apenas os lucros que importam, e fez questão de o deixar bem claro na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação de resultados: “A CGD teve um lucro recorde, mas talvez seja importante verem outras coisas. Se escolherem oito ou 10 indicadores, de facto estamos em posições bastante positivas em termos também de produtividade, por exemplo. Ainda não é desta que a Caixa se tornou uma caixinha”, atirou divertido, realçando que o banco está a iniciar um novo plano estratégico de quatro anos de forma comprometida e que, “se tudo correr conforme o previsto, vai entrar num ciclo de lucros de 12 anos, e pode ser que nunca mais se fale nisso”, concluiu. Certo é que a CGD se destacou novamente como uma das mais lucrativas, com os recursos dos clientes a crescer 6,4% em termos homólogos, a concessão de crédito a empresas e institucionais a subir 6,2% e o crédito a clientes a avançar 5%. O peso das vendas digitais também aumentou para 80% e a carteira de crédito à habitação cresceu mil milhões de euros, garantindo à CGD 23,3% de quota de mercado nesta área. Sobre o crédito à habitação com garantia bancária, Paulo Macedo aproveitou para revelar que o banco recebeu 3 376 pedidos, num total de mais de 600 milhões de euros, sendo que desses, 861 - num valor a rondar os 160 milhões - foram contratados ou estão em fase de contratação.
A administração do banco afirmou ainda que pretende manter congeladas as comissões cobradas aos clientes em 2025, em contraciclo do que tem sido feito pelos seus congéneres nacionais. Para Paulo Macedo, uma vez que os juros estão a baixar e que a inflação teve uma evolução positiva, o congelamento funciona como um duplo benefício, não vendo necessidade de as reduzir, explicou.