O Banco Popular da China (BPC, banco central) anunciou hoje que mantém a sua taxa de juros de referência em 3%, pelo sexto mês consecutivo, cumprindo as previsões mais difundidas entre os analistas, que não antecipavam nenhuma mudança.Na atualização mensal divulgada no seu portal oficial, a instituição indicou que a taxa de referência para créditos (LPR, em inglês) a um ano se manterá no nível mencionado por pelo menos mais um mês.Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, serve para fixar o preço dos novos créditos - geralmente para empresas - e dos créditos de juro variável que estão pendentes de reembolso.O seu cálculo é feito a partir das contribuições para os preços de uma série de bancos — que inclui pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a créditos inadimplentes — e tem como objetivo reduzir os custos do endividamento e apoiar a “economia real”.O banco central também indicou nesta quarta-feira que a LPR a cinco anos ou mais - referência para empréstimos hipotecários - continuará em 3,5%, também em linha com as previsões dos especialistas.A última redução das taxas na China data do mês de maio, quando a instituição realizou um corte de dez pontos base: para a LPR a um ano, de 3,1% para 3%, e para a de cinco anos ou mais, de 3,6% para 3,5%.Perante uma conjuntura complicada para a segunda economia do mundo, a decisão foi considerada “óbvia” pelos analistas, que previram possíveis cortes adicionais ao longo do resto do ano, que ainda não ocorreram.Alguns especialistas também apontaram que o BPC tinha margem desde o mês passado para baixar as taxas sem receio de uma depreciação adicional do yuan, graças às reduções realizadas pela Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, mas pesou mais o receio de uma bolha de valores ou da decisão poder agravar a conjuntura de excesso de capacidade industrial.Além da incerteza causada pelas disputas comerciais com os Estados Unidos, a baixa procura nacional e internacional, aliada aos riscos de deflação, estímulos insuficientes, uma prolongada crise imobiliária ou a falta de confiança entre os consumidores e o setor privado são algumas das causas apontadas pelos analistas para explicar uma recuperação menos brilhante do que o esperado da economia chinesa após os anos de “covid zero”..Banco Popular da China injeta 3 mil milhões no mercado