Coreia do Norte condena novas sanções dos EUA por branqueamento de criptomoedas

Vice-ministro para os assuntos norte-americanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte sublinhou que estas foram as quintas sanções contra Pyongyang desde que Trump subiu ao poder.
Coreia do Norte condena novas sanções dos EUA por branqueamento de criptomoedas
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A Coreia do Norte condenou hoje uma nova ronda de sanções contra indivíduos e entidades norte-coreanas acusadas de branqueamento de capitais provenientes do cibercrime, sublinhando que demonstram a hostilidade dos Estados Unidos.

O vice-ministro para os assuntos norte-americanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte sublinhou que as sanções anunciadas na terça-feira são as quintas contra Pyongyang desde que o Presidente Donald Trump subiu ao poder.

"Ao fazê-lo, a Administração norte-americana demonstrou plenamente a sua postura hostil em relação à RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte]", acrescentou Kim Un-chol.

Citado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, Kim garantiu que as sanções não afetarão a política norte-coreana, mas que serão lembradas "como um exemplo claro que simboliza o fracasso da política incurável em relação à RPDC".

Na terça-feira, os Estados Unidos impuseram sanções a um grupo de banqueiros e instituições financeiras acusados de branquear dinheiro que, segundo o Departamento do Tesouro, financia o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.

O gabinete de controlo de ativos estrangeiros do Tesouro norte-americano indicou, em comunicado, que os esquemas fraudulentos norte-coreanos desviaram mais de três mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), principalmente em ativos digitais.

A mesma fonte frisou que o montante não tem paralelo com qualquer outro agente estrangeiro.

As novas medidas foram dirigidas a oito pessoas e duas empresas, incluindo os banqueiros norte-coreanos Jang Kuk Chol e Ho Jong Son, acusados de ajudar a gerir fundos, incluindo 5,3 milhões de dólares (4,6 milhões de euros) em criptomoedas, em nome do First Credit Bank, que está sob sanções.

"Os hackers patrocinados pelo Estado norte-coreano roubam e lavam dinheiro para financiar o programa de armas nucleares do regime", vincou o subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira, John K. Hurley, citado no comunicado.

O Departamento do Tesouro referiu, por sua vez, que a Coreia do Norte depende de uma rede de representantes bancários, instituições financeiras e empresas de fachada na Coreia do Norte, China, Rússia e outros países para lavar dinheiro obtido através de fraudes, roubo de criptomoedas e evasão de sanções.

Já hoje, a Austrália impôs também sanções financeiras e proibições de viagem a quatro entidades e um indivíduo ligados a atividades de cibercrime destinadas a financiar os programas de armas de destruição maciça e mísseis balísticos da Coreia do Norte.

Em comunicado, Camberra explicou que as medidas estão a ser tomadas em conjunto com os Estados Unidos para pressionar as redes de financiamento ilícito do regime norte-coreano e responder a "persistentes desafios à segurança e estabilidade internacionais".

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