As maiores economias do mundo vão crescer mais do que se julgava há poucos meses, exceto a Europa que continuará quase estagnada, e só não é pior no caso europeu por causa da corrida às exportações para evitar a carga dos Estados Unidos nas tarifas, indicou o Fundo Monetário Internacional (FMI), na atualização das perspetivas económicas mundiais (World Economic Outlook), revelado há 15 dias.A Europa fica praticamente na mesma, quase estagnada em 2025 e 2026 (cresce 1% e 1,2%, respetivamente, pouco mais do que esperava o FMI em abril).Os Estados Unidos, que costumam disputar com a China o título de maior economia do mundo, ganham apenas uma décima de crescimento este ano (face ao previsto pelo FMI em abri): avançam apenas 1,9% este ano.A revisão em alta para a economia do Japão, que continua a tentar negociar detalhes para um acordo mais benéfico com Trump, foi de apenas uma décima para este ano, colocando outro dos campeões da economia global (em dimensão) a crescer apenas 0,7% em 2026, diz a instituição de Washington.A China, arqui-rival dos EUA, e que, esta terça-feira, entrou em mais 90 dias extra para chegar a um acordo comercial com Trump, podia ter saído derrotada nas previsões do FMI, mas até não. Recebeu uma revisão em alta substancial do crescimento para 2025. Mais 0,8 pontos percentuais (p.p.), devendo crescer 4,8%, diz o Fundo.Outro dos pesos-pesados da economia global, a Índia, também à avessas com a Casa Branca, e sob fortes ameaças punitivas, também ganhou uns pontos no crescimento económico previsto. Duas décimas, devendo esta, que é das maiores economias do globo, crescer 6,4%, este ano.Outro alvo, talvez o país hostilizado, até agora, pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, o Brasil, continua o seu caminho, beneficiando de uma revisão em alta no crescimento de 2025 de 0,3 p.p., devendo crescer 2,3%.Trump ameaçou a economia brasileira com uma tarifa mínima de 50%, alegando a “perseguição” de Luís Lula da Silva ao seu antecessor “golpista” na Presidência, Jair Bolsonaro (que é um fiel admirador de Trump)Mas, como referido, um fenómeno raro, próprio destes tempos caóticos na ordem económica mundial, parece ter salvo in extremis o crescimento da Zona Euro de uma nova quase estagnação: com a guilhotina das tarifas dos EUA a cair sobre as vendas europeias, as farmacêuticas irlandesas aceleraram as exportações de tal forma que acabaram por impulsionar de forma significativa o crescimento da área do euro como um todo.