Eurodeputados debatem orçamento da UE após cedências de von der Leyen

As cedências sucederam‑se depois das principais bancadas pró‑europeias terem rejeitado a proposta da Comissão, criticando o modelo baseado em planos nacionais e exigindo que fosse revista.
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Von der LeyenEPA/RONALD WITTEK
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Os eurodeputados reúnem‑se esta quarta‑feira, 12, em Bruxelas, para debater com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a proposta do novo Quadro Financeiro Plurianual para 2028–2034, depois de a Comissão ter apresentado cedências para responder às críticas do Parlamento Europeu (PE).

A mini-sessão plenária centra‑se na estrutura do orçamento a longo prazo: os deputados exigiram maior envolvimento regional e parlamentar e rejeitaram um modelo assente apenas em planos nacionais. Em resposta, Von der Leyen propôs medidas como uma verificação regional para ouvir autoridades locais sobre os planos nacionais, uma meta rural para reconfiguração territorial (10% dos planos agrícolas nacionais), a garantia da Política Agrícola Comum (PAC) sem cortes orçamentais e um mecanismo de análise dirigido ao PE.

As concessões surgem depois das principais bancadas pró‑europeias — Partido Popular Europeu, Socialistas e Democratas, Renovar a Europa e Verdes — terem anunciado que "não poder aceitar esta proposta como base para iniciar negociações", segundo uma carta enviada a Von der Leyen.

Em julho, a Comissão propôs um orçamento de cerca de dois biliões de euros para 2028–2034, acima dos 1,2 biliões do quadro atual, com mais contribuições dos Estados‑membros e a introdução de três novos impostos.

Do pacote apresentado, 865 mil milhões destinam‑se a investimentos e reformas nos 27 Estados‑membros através de planos nacionais e regionais vinculados a objetivos. Para Portugal, a Comissão propôs uma atribuição de 33,5 mil milhões, que inclui verbas para coesão e agricultura.

O PE terá de aprovar a proposta por maioria, pelo que as negociações com a Comissão e os Estados‑membros devem intensificar‑se nas próximas semanas.

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