As exportações da China caíram 1,1% em outubro face ao período homólogo, registando a primeira queda mensal desde fevereiro, face a novas tensões comerciais com os Estados Unidos, informaram esta sexta-feira, 7, as autoridades alfandegárias chinesas.Os números foram piores do que as previsões dos economistas consultados pela agência de notícias financeiras Bloomberg, que previam um aumento de 2,9% face ao ano anterior.Pelo contrário, as importações subiram 1% em termos anuais em outubro, acrescentaram as autoridades aduaneiras, também abaixo das previsões dos analistas, que esperavam um crescimento de 3,2%.Outubro ficou marcado por uma nova onda de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, após o anúncio da China, no início do mês, de novas restrições às exportações de elementos estratégicos de terras raras.Em retaliação, o Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas adicionais até 100% aos produtos vindos da China.No entanto, uma cimeira com o homólogo chinês, Xi Jinping, a 30 de outubro, na Coreia do Sul, resultou em medidas recíprocas de desanuviamento.Em outubro, o comércio entre a China e os Estados Unidos, denominado em yuan, a moeda chinesa, foi 24,5% inferior ao do ano anterior. As exportações chinesas caíram 25% em termos homólogos, enquanto as importações recuaram 22,6%.No período de janeiro a outubro, o comércio entre as duas maiores economias do mundo foi 15,9% inferior ao do período homólogo, com um impacto maior nas exportações chinesas (menos 17,1%) do que nas importações (menos 11,9%).Ainda assim, as exportações chinesas de terras raras dispararam 75% entre setembro e outubro, pondo fim a três meses consecutivos de quedas ligadas às restrições impostas por Pequim à venda destes minerais essenciais a setores como a defesa e o automóvel.De acordo com dados oficiais, o volume de terras raras vendido pelo país asiático ao resto do mundo aumentou 74,8% em outubro face a setembro, enquanto o aumento anual foi de 47,1%.Entretanto, o preço pelo qual foram vendidas seguiu uma tendência diferente: entre setembro e outubro, os preços duplicaram, enquanto em comparação com outubro de 2014, mais do que triplicaram.As limitações e a procura global refletem-se nos números acumulados do ano, com os volumes de exportação a caírem 23,3% em termos homólogos, enquanto os preços subiram 7,9%.Os dados preliminares hoje divulgados não discriminam os números por elemento — agregam o total de vendas de terras raras — nem por país de destino.Zichun Huang, analista da consultora britânica Capital Economics, explicou que, embora as tensões com os EUA "continuem a ser um entrave", a desaceleração em outubro deveu-se, na verdade, à diminuição das vendas para outros países e à valorização da moeda, que afeta a competitividade chinesa.O especialista aponta especificamente para a América Latina, "talvez devido aos esforços do México para conter o fluxo de importações chinesas", mas também para os dois blocos regionais que dominam os parceiros comerciais de Pequim: a Associação das Nações do Sudeste Asiático e a União Europeia.Huang acredita que o efeito positivo do "recente 'acordo' comercial" entre Pequim e Washington será limitado, uma vez que o impacto das tarifas já vinha caindo, mas também devido à valorização do yuan resultante da redução das tensões entre as duas potências. .China acelera nova rota comercial até à Europa em 18 dias