A guerra comercial entre Estados Unidos e China impulsionou as exportações chinesas para o Sudeste Asiático, sobretudo de bens intermédios, revela o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório regional para a Ásia-Pacífico divulgado esta sexta-feira, 24.“As fricções comerciais com os Estados Unidos contribuíram para o aumento do comércio intrarregional. A proporção das exportações chinesas destinadas aos EUA tem vindo a cair, numa tendência de diversificação iniciada em 2018, enquanto os parceiros asiáticos ganham peso”, indica o documento.Segundo o FMI, este fenómeno “reflete, em grande medida, uma reorientação das exportações de bens intermédios para os países da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático], para posterior processamento”.Dados da Administração-Geral das Alfândegas da China apontam para um aumento homólogo de 14,7% das exportações chinesas para a região em setembro.No mesmo relatório, o FMI estima um crescimento conjunto de 4,3% das economias da ASEAN em 2025 – três décimas acima da previsão de abril –, impulsionado pela redução dos encargos aduaneiros, maior procura externa e condições financeiras mais favoráveis.Entre as principais economias do Sudeste Asiático, o Fundo prevê um crescimento de 4,9% para a Indonésia, 6,5% para o Vietname, 5,4% para as Filipinas, 2,2% para Singapura e 2% para a Tailândia.Com economias fortemente orientadas para as exportações, os países da região enfrentam tarifas norte-americanas que variam entre os 10%, aplicados a Singapura, e os 40% sobre o Camboja, país com fortes vínculos comerciais à China.Alguns membros da ASEAN, como Vietname e Indonésia, já assinaram acordos comerciais com Washington. Outros, como a Malásia, continuam em negociações, com possibilidade de firmar um acordo à margem da cimeira da ASEAN e parceiros, que Kuala Lumpur acolhe entre 26 e 28 de outubro e que deverá contar com a presença do Presidente norte-americano, Donald Trump.O FMI destaca ainda a “integração relativa” e a “abertura comercial” da ASEAN, bem como o dinamismo do investimento direto estrangeiro e os anúncios de novos projetos na região, que “sugerem que as empresas continuam a procurar diversificar as suas cadeias de abastecimento”..FMI estima que IA possa adicionar 0,8% ao crescimento económico mundial