O Governo decidiu não avançar com a privatização da participação de 8,2% que o Estado detém na na Galp, que vale mais de 900 milhões de euros, apurou o DN/Dinheiro Vivo. A venda desta participação - uma das últimas jóias da coroa do portólio empresarial do Estado - era uma possibilidade levantada num relatório elaborado por um grupo de trabalho do Ministério das Finanças, que foi entregue ao ministro Joaquim Miranda Sarmento, segundo foi noticiado no final de junho pelo Público.Ao que o DN apurou, a decisão do Executivo será de não avançar com a venda desta participação que já rendeu mais de 250 milhões de euros em dividendos, nos últimos oito anos. E que, em bolsa, está avaliada em mais de mil milhões de euros.O grupo Amorim, que é o maior acionista privado da Galp Energia, através da holding Amorim Energia (dona de 36% do capital), tem defendido há vários anos que o Estado deve concluir o processo de privatização da energética, que foi iniciado há 20 anos, no governo de José Sócrates, através da venda das ações que ainda detém. Porém, os sucessivos governos têm optado por manter o Estado como segundo maior acionista da empresa, que nos últimos anos duplicou o seu valor em bolsa, para 11 mil milhões de euros.Além disso, a Galp tem distribuído importantes dividendos. Desde 2017, tem sido uma cash cow para a Parpública, a holding que concentra a maioria das participações acionistas do Estado. Ao todo, a petrolífera rendeu à Parpública mais de 250 milhões de euros em dividendos. A energética fechou o primeiro semestre de 2025 com um resultado líquido de 565 milhões de euros, menos 9% que no período homólogo. Ainda assim, anunciou o pagamento de um dividendo intercalar de 31 cêntimos por ação, o que aponta para um encaixe de 18 milhões de euros para o Estado.A participação na Galp é uma das últimas posições acionistas relevantes que o Estado ainda detém, juntamente com várias entidades que são detidas a cem por cento, como a Caixa Geral de Depósitos, a RTP, a Águas de Portugal, a CP e a TAP (cuja participação está a arrancar).A carteira de participações do Estado, detidas pelo Tesouro ou pela Parpública, inclui ainda empresas como a agência de notícias Lusa, o Circuito do Estoril (autódromo), a Companhia das Lezírias, a Imprensa Nacional Casa da Moeda, a Estamo e a Lisnave, entre outras. As participações que têm potencial para serem alienados a privados não garantem um encaixe significativo para o Estado. “São valores residuais”, disse uma das fontes ouvidas pelo DN/DV. As receitas obtidas com privatizações são utilizadas para reduzir a dívida pública. A qual ascende, atualmente, a mais de 280 mil milhões de euros..Dez maiores poluidores do país reduziram emissões, Galp é a pior e aumentou