Mais de 40 voos foram cancelados no aeroporto de Lisboa devido à greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce).“Houve 25 voos cancelados à partida e 19 cancelados à chegada”, afirmou Carlos Araújo, dirigente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), à agência Lusa, ao início da noite deste sábado, 26 de julho.Segundo Carlos Araújo, a greve originou mais perturbações no funcionamento do aeroporto da capital, o que coincidiu com outros problemas relacionados com a aterragem de emergência de um avião da SATA Azores Airlines.. O sindicalista lamentou o incidente, registado ao fim da manhã, uma aterragem de emergência por ameaça de bomba a bordo que se revelou ser "falso alarme", de acordo com a empresa açoriana.Carlos Araújo referiu ainda mais de "20 a 30 voos” para diversos destinos cujas bagagens não foram carregadas devido à greve.“Amanhã, domingo, o efeito 'bola de neve' vai manter-se e na segunda-feira será a degradação total do serviço. Fomos obrigados a esta situação, face a um muro de intransigência da atual gestão [da empresa SPdH/Menzies]”, previu o dirigente sindical. .Convocada pelo SIMA e pelo Sindicato dos Transportes (ST), a greve começou às 00:00 de sexta-feira e prolonga-se até às 24:00 de segunda-feira.A ANA–Aeroportos de Portugal disse à Lusa que, até cerca das 12:30, a greve de hoje dos trabalhadores da SPdH/Menzies tinha provocado “alguns atrasos” e o cancelamento de 20 voos no aeroporto de Lisboa.“Devido à greve na Menzies ('handling'), até ao momento, ocorreram alguns atrasos e 20 voos cancelados (10 chegadas e 10 partidas) no aeroporto Humberto Delgado”, referiu na altura a fonte da gestora aeroportuária...A ANA aconselhou os passageiros com voos operados pela Menzies, empresa responsável pelos serviços de assistência em escala, a contactar previamente a respetiva companhia aérea para confirmar o estado do voo antes de se dirigirem ao aeroporto.Por sua vez, num comunicado divulgado às 13:15, a Menzies Aviation indicou que até então “a greve provocou apenas perturbações mínimas em Lisboa, sem impacto nas restantes escalas”.Reiterando o “compromisso com a legalidade, condições de trabalho justas e um diálogo aberto e respeitador”, a Menzies garantiu, contudo, que não vai retomar “qualquer tipo de diálogo enquanto a greve se mantiver”. . Trata-se da primeira de cinco greves de quatro dias marcadas para os fins de semana até ao início de setembro.Em agosto, os períodos de greve estão agendados para 08 a 11, 15 a 18, 22 a 25 e 29 de agosto a 01 de setembro.Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o fim de salários base abaixo do salário mínimo nacional, o pagamento das horas noturnas, melhores condições salariais e a manutenção do acesso ao parque de estacionamento nos mesmos moldes anteriores.A meio da manhã, o dirigente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) Carlos Araújo destacou que a greve mobilizou este sábado, “pela primeira vez em pelo menos 10 anos”, funcionários do aeroporto do Porto.“Na escala do Porto, há 10 anos que não havia greves e há pessoas a fazer greve”, enfatizou..O que está em causa na greve nos aeroportos e qual o impacto previsto."Infelizmente, a intransigência e o radicalismo relativamente às tabelas salariais levam a estas consequências. A luta dos trabalhadores é totalmente justa e o lema desta greve é 'mais vale um mês ainda pior do que o resto da vida com estas condições'", prosseguiu Carlos Araújo.Em comunicado, o sindicato acusou ainda a SPdH/Menzies de estar “a violar flagrantemente o direito à greve” para tentar “neutralizar os efeitos da paralisação”, recorrendo a “práticas ilegais” como a “antecipação forçada de turnos e convocação de trabalhadores em dias de folga”, a “substituição de grevistas por trabalhadores de empresas de trabalho temporário” e a “reorganização abusiva de escalas”.“O SIMA está a recolher provas destas ilegalidades e vai apresentar queixas formais à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e ao Ministério Público, exigindo a responsabilização dos dirigentes da Menzies/SPdH”, refere.