A responsável pela área de vendas (head of sales) da Google Portugal, Joana Bastos dos Santos, afirmou esta quinta-feira, 18 de dezembro, à Lusa que a inteligência artificial (IA) está a mudar os padrões de consumo no mercado português."A inteligência artificial está a mudar os padrões de consumo em Portugal profundamente", disse Joana Bastos dos Santos, referindo que atualmente as pessoas fazem pesquisas "duas a três vezes mais longas" que nos últimos anos e "mais complexas, em formas de pergunta, com nuances distintas que dão maior contexto sobre o consumidor".De acordo com o estudo Consumer Google Survey, realizado em novembro em Portugal, se antes as pessoas usavam a Google principalmente nas fases finais do processo de compra, agora estão a afirmar que o Google está a apoiar a etapa de descoberta e inspiração deste processo."No país, 76,2% utilizam o Google para pesquisar produtos, serviços ou para os comprar online", segundo o estudo.De acordo com os dados, 40% usa para procurar ideias sobre o que oferecer (inspiração), 31% para comparar preços e características de produtos, 29% para descobrir novos produtos ou marcas e 19% para ter avaliações.A procura multimodal é também uma tendência em Portugal, com 44% dos utilizadores a referirem terem pesquisado por imagem no último ano e 23% por voz.Portanto, "as pessoas estão com processos de decisão de compra muito mais complexos do que tinham antes e é muito difícil de forma manual ou com os sistemas tradicionais uma marca, por exemplo, ou um negócio, conseguir impactar um consumidor realmente relevante ou uma mensagem realmente relevante, porque, de facto, o processo de decisão de compra hoje é quase único para cada pessoa", explicou Joana Bastos dos Santos."A inteligência artificial não só tem vindo a alterar os padrões de consumo de informação, como também tem vindo a trazer novas respostas, no fundo, para chegar mais fácil ao consumidor", acrescentou."Diria que 2025 foi o ano mais transformador da minha experiência de 18 anos nesta área", em termos de alterações de padrões de consumo e respostas, tecnologia, soluções para responder a essas alterações, considerou a head of sales.Atualmente, o principal desafio para as marcas é "conseguir identificar um utilizador num momento crítico do processo de decisão de compra".Sobre o papel dos agentes de IA, Joana Bastos dos Santos considerou ser "a nova fronteira"."Estamos a passar de uma fase de automação para uma fase de colaboração em que um agente pode ser um assistente, pode não, é um assistente, no fundo, que nos ajuda até em várias áreas da nossa vida e até no processo de decisão de compra pode completar uma compra para o consumidor", referiu.De acordo com a responsável, os agentes IA ainda estão "numa fase muito embrionária", sendo que no próximo ano haverá mais clareza sobre este tema.