A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, apelou aos países da zona euro para que combinem melhor a redução da dívida com investimentos produtivos, alertando para o risco de "estagnação orçamental"."Os níveis de endividamento público na zona euro permanecem elevados e precisam de diminuir", afirmou Lagarde num discurso em Viena, Áustria, num momento em que França parece ter grandes dificuldades em ter um orçamento em 2026.Segundo Lagarde, o principal desafio "não é que os governos geralmente não cumpram as regras orçamentais", mas que devem "dar mais importância aos gastos que apoiam o crescimento potencial e as prioridades estratégicas essenciais, ao mesmo tempo que saneiam as finanças públicas".Hoje, apenas um punhado de países na zona euro, incluindo França e Itália, aproveitam a possibilidade, oferecida pelas regras europeias, de estender o período de ajustamento fiscal para até sete anos, desde que invistam em reformas estruturais e em projetos que aumentem a produtividade, segundo Lagarde.A prioridade dada com mais frequência às despesas correntes explica-se pela "pressão de preservar o modelo social europeu e de apoiar a curto prazo as sociedades envelhecidas", sublinhou.Por outro lado, a falta de investimento pode causar uma "estagnação orçamental", onde as medidas de saneamento enfraquecem o crescimento, exigindo ainda mais austeridade fiscal, um "círculo vicioso", segundo a ex-diretora do FMI.Para evitar esse obstáculo, seria melhor utilizar a flexibilidade das regras europeias, reorientando os gastos para a educação, a investigação e o investimento produtivo.Outra pista sugerida por Lagarde é mutualizar certas despesas estratégicas a nível europeu, nomeadamente em investigação e desenvolvimento, favorecendo a inovação, e na defesa, para "dissuadir os atores hostis"..Christine Lagarde diz que é preciso garantir que os preços continuam a cair .BCE considera que dez bancos importantes da zona euro tinham em 2025 provisões insuficientes