Lula mostra-se “feliz” pela retirada de tarifas por parte dos Estados Unidos

Segundo o Presidente brasileiro esta decisão dos EUA foi tomado porque respeitaram o Brasil.
Governo de Lula era alvo das tarifas dos EUA.
Governo de Lula era alvo das tarifas dos EUA.EPA/ANDRE BORGES
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O Presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou esta quinta-feira, 20, estar “feliz” pelo anúncio da retirada das tarifas de 40% sobre certos produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos.

"Hoje eu estou feliz porque o Presidente Trump já começou a reduzir algumas taxações que tinha feito em alguns produtos brasileiros”, afirmou o chefe de Estado brasileiro, num evento em São Paulo.

Segundo o Presidente brasileiro esta decisão dos Estados Unidos foi tomado porque respeitaram o Brasil.

“Essas coisas vão acontecer na medida que a gente consiga galgar respeito das pessoas. Ninguém respeita quem não se respeita. Em política, em economia, não tem mágica”, sublinhou.

Minutos antes, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, já tinha enaltecido a decisão de remover a tarifa de 40% a 249 produtos agrícolas brasileiros.

“Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”, afirmou.

 O Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou hoje as tarifas de 40% sobre certos produtos brasileiros, incluindo carne de vaca, legumes, café e cacau, após negociações com o seu homólogo brasileiro.

No âmbito da sua guerra comercial, Trump tinha imposto uma tarifa de 10% sobre as exportações brasileiras, que posteriormente aumentou para 40%, elevando o total para 50%, em retaliação pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado do líder norte-americano, que foi condenado, em 11 de setembro, a 27 anos de prisão por tentativa de golpe após a vitória eleitoral de Lula da Silva em 2022.

A Casa Branca adiantou na semana passada que Trump estava a reverter algumas tarifas globais que tinham sido originalmente anunciadas em abril.

A decisão de hoje harmoniza os planos de Trump, garantindo que nem as tarifas de abril nem as de julho se aplicam a determinados produtos, noticiou a agência Associated Press (AP).

A nova ordem executiva, assinada por Trump na terça-feira, elimina as tarifas sobre certos produtos importados do Brasil ou retirados de armazéns desde 13 de novembro.

As isenções estão detalhadas em duas listas que incluem desde a carne e outros produtos derivados da carne de vaca até às especiarias, frutas e grãos como o café, o cacau e seus derivados, bem como muitos outros produtos agrícolas.

Estão também incluídos os combustíveis fósseis, os produtos derivados do carvão e os produtos químicos, os gases liquefeitos, a celulose e inúmeros componentes para a aviação civil.

Trump e Lula, que prometeu defender a soberania do seu país, iniciaram as negociações após um encontro casual nos corredores da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, em setembro, altura em que, segundo os líderes, surgiu uma ligação entre ambos.

Os dois presidentes falaram por telefone pouco depois e reuniram-se pessoalmente no dia 26 de outubro em Kuala Lumpur, na Malásia, numa reunião descrita como positiva por ambos os lados.

Desde então, equipas de ambos os governos têm discutido uma possível revisão das tarifas impostas ao Brasil, país que, segundo dados oficiais, apresenta um défice comercial com os Estados Unidos há quinze anos.

Na semana passada, o Governo brasileiro classificou o plano de Trump para eliminar certas tarifas sobre os produtos agrícolas brasileiros como positivo, mas afirmou estar confiante de que vai continuar a negociar novas reduções.

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Tarifas anunciadas por Trump ameaçam siderúrgicas do Brasil - associação

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