Miguel Almeida, presidente executivo (CEO) da operadora de telecomunicações NOS.
Miguel Almeida, presidente executivo (CEO) da operadora de telecomunicações NOS.Foto: Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

NOS: Lucro recua 21% e investimento sobe no primeiro semestre do ano

O lucro da NOS recuou 21,2% no primeiro semestre, face a igual período do ano passado, para 116,8 milhões de euros devido às mais-valias de 2024, divulgou esta segunda-feira o grupo liderado por Miguel Almeida.
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“Excluindo efeitos extraordinários, o resultado líquido cresceu 18,3% para 112,5 milhões de euros”, explica a NOS, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A redução do lucro “explica-se pela ausência de resultados extraordinários registados em 2024”, acrescenta.

Entre janeiro e junho, as receitas consolidadas da NOS subiram 3,8% para 879,6 milhões de euros e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 5,1% para 395,3 milhões de euros.

No semestre, o EBITDA de telecomunicações “cresceu 4,2% para 364,3 milhões de euros” e as áreas de TI [tecnologia de informação] e cinema e audiovisuais apresentaram “crescimentos de 16,1% e 17%, respetivamente, para 8,4 e 22,6 milhões de euros”, refere a NOS.

Entre janeiro e junho, as receitas de telecomunicações aumentaram 3% para 781,9 milhões de euros, “refletindo o aumento do número de serviços, nomeadamente empresariais, cujas receitas cresceram 9,4% para 218,1 milhões”. As receitas de IT, a nova divisão de negócio da NOS que agrega receitas de IT da NOS e da Claranet Portugal, “progrediram 5,6% face ao mesmo período de 2024 para 66,4 milhões de euros”, refere a empresa.

Por sua vez, as receitas de cinema e audiovisuais “progrediram 15,2% para 48,9 milhões de euros face ao período homólogo”, acrescenta a NOS, salientando que “o número de bilhetes vendidos aumentou 16,6%, com a distribuição de ‘blockbusters’ como Lilo & Stitch, Minecraft ou Missão Impossível”.

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Investimento cresce 5,2%

Durante o primeiro semestre do ano, a operadora liderada por Miguel Almeida reforçou em 5,2% o investimento, também em termos homólogos, para 228 milhões de euros. A empresa “continua a demonstrar o seu compromisso em disponibilizar a melhor” infraestrutura de rede móvel e fixa, referiu o CEO.

“No segundo trimestre de 2025, a NOS reforçou a sua posição enquanto motor de transformação digital em Portugal, com um conjunto de iniciativas que cruzam tecnologia, inovação e compromisso com o desenvolvimento económico, social e ambiental do país”, salientou o CEO, no comunicado dos resultados semestrais.

Com um investimento de 228 milhões de euros neste primeiro semestre, a NOS continua a demonstrar o seu compromisso em disponibilizar a melhor infraestrutura de rede móvel e fixa e os mais avançados serviços de comunicações, como atesta, por exemplo, a liderança absoluta na oferta da tecnologia ‘5G stand alone’ [5G puro, que não depende do 4G]”, refere o gestor.

Miguel Almeida acrescenta que na base deste investimento “está a aposta na inovação”, recordando que a NOS “foi reconhecida pelo segundo ano consecutivo como a empresa que mais investe em I&D, pela Direção-geral de Estatísticas da Educação e Ciência, desempenho que reforça” o seu papel “enquanto catalisador da transformação digital do país”.

No processo de evolução da NOS “para uma empresa digital mais abrangente, depois da aquisição da Claranet Portugal, em março, este trimestre lançámos a CyberInspect, uma nova área de negócio que democratiza o acesso à cibersegurança, permitindo a qualquer empresa identificar vulnerabilidades e reduzir riscos”, prossegue. Apesar do contexto de mercado que classifica de “desafiante”, a NOS “manteve a sua trajetória de crescimento das receitas, que neste primeiro semestre cresceram 3,8%” para 879,6 milhões de euros.

Miguel Almeida salienta ainda que, no âmbito do programa de transformação, a empresa “continua a aumentar a sua eficiência, com destaque para a reengenharia de processos suportada por tecnologias disruptivas como a inteligência artificial [IA] generativa, que têm permitido ganhos de produtividade e redução de custos em todas as áreas da empresa”.

Em suma, “a forte aposta nas novas avenidas de crescimento, em combinação com uma crescente eficiência operacional no negócio de telecomunicações, permitem-nos encarar o futuro da empresa com otimismo, apesar do contexto de mercado progressivamente mais difícil”, remata o CEO, que assevera que a NOS “continuará seguramente a reforçar a sua importância e o seu papel único na transição digital de Portugal”.

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