Com o aproximar do inverno, o preço da energia volta a ser um fator de preocupação. São muitas as famílias europeias que temem subidas nos próximos meses, mas o clima de incerteza sobe para perto de 90% em território nacional.As conclusões resultam dos dados de um estudo realizado pela Otovo em 10 países europeus, no quais se inclui Portugal. A empresa norueguesa opera em Portugal desde 2022, com a venda painéis solares e baterias. Tem ainda outros serviços, como é o caso das vendas de fluxo futuro, que só está presente em mercados estrangeiros.Ora, de acordo com os dados recolhidos pelo estudo, 89% dos inquiridos em Portugal estão preocupados ou muito preocupados com os custos associados à eletricidade no inverno que se aproxima (nível mais elevado dos países analisados, a par de Itália). Ao mesmo tempo, aqueles que contam com rede de energia solar na residência apresentam maior grau de confiança.É que, de acordo com as respostas, 53% dos clientes da Otovo afirmam estar "bem ou totalmente preparados" para dar resposta à subida do preço. Pelo contrário, são 43% os não clientes inquiridos nesta análise que apontam o mesmo nível de prevenção.Painéis solares entram nos planos de muitas famíliasAinda no que diz respeito aos agregados familiares portugueses, a aquisição de painéis solares entra na equação de dois terços (68%) das famílias que ainda não dispõem de sistemas neste âmbito. Em causa está a necessidade de dar resposta a um eventual cenário de subida dos preços da energia.Entre as restantes soluções mais apontadas pelos respondentes, seguem-se a adição de armazenamento em bateria (52%) e o recurso a programas de apoio (39%). Por outro lado, os inquiridos que são clientes da Otovo apontam a investimentos na aquisição de baterias solares (50%) e em equipamentos mais eficientes (49%).Incerteza está menos presente entre as famílias europeiasOlhando à totalidade dos inquiridos, três em cada cinco (60%) mostram dúvidas em matéria de preços da energia. Ao nível da preparação para o futuro, 51% dos clientes da Otovo dizem estar bem preparados, ao passo que 38% dos restantes indicam a mesma certeza.Em simultâneo, as estratégias de resposta a uma possível situação de inflação na eletricidade entre os cidadão europeus são bastante distintas às dos portugueses. Do total de respondentes que não são clientes da empresa, 27% ponderam comprar painéis solares, 23% procura reduzir o uso de aquecimento, 19% a melhoria do isolamento e o investimento em aparelhos mais eficientes e 18% a adição de uma bateria.Os clientes daquela companhia apontam maioritariamente a investimentos na adoção de armazenamento de bateria (32%) e instalação de painéis (31%), o que significa que existe preferência pela aposta no aumento da autossuficiência.Energia solar gera certezas mas inverno traz pontos de interrogaçãoQuase 9 em cada 10 portugueses acredita que ter painéis solares com armazenamento em bateria permite independência energética e controlo sobre os custos energéticos. De resto trata-se de uma tendência em que Portugal lidera (juntamente com Alemanha e Áustria) e que é transcendente aos restantes, na medida em que perto de 80% dos inquiridos está de acordo.Por outro lado, no mercado nacional, 53% apresentam dúvidas sobre o desempenho solar no inverno. A tendência segue a linha dos restantes países em estudo, ainda que Portugal tenha mais dias de sol por ano do que uma larga maioria dos países europeus.Obtenção de independência energética é catalizador fundamentalNo que diz respeito às razões pelas quais equacionam avançar para a energia solar, os respondentes nomeiam mais frequentemente a independência energética e autossuficiência, com cerca de 35% a 40% dos casos. Segue-se a redução dos custos a longo prazo, entre 25% e 30%.Na realização do estudo, foram inquiridas 3.800 pessoas (clientes e não clientes da Otovo), em Portugal, Áustria, França, Alemanha, Itália, Noruega, Polónia, Espanha, Suécia e Suíça.