OE2026: PS anuncia abstenção na maioria das propostas na especialidade em nome das contas públicas

“PS é um partido responsável e vai cumprir com as suas responsabilidades”, de acordo com as palavras de Miguel Costa Matos, no primeiro dia de debate sobre o OE2026.
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Assembleia da RepúblicaPaulo Spranger/Global Imagens
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O deputado do PS Miguel Costa Matos anunciou hoje que os socialistas vão abster-se nas votações da maioria das propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 para não comprometer o equilíbrio das contas públicas.

Numa intervenção no primeiro dia de debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2026, Miguel Costa Matos disse que o “PS é um partido responsável e vai cumprir com as suas responsabilidades” no processo orçamental, optando pela abstenção “na generalidade das propostas” de alteração apresentadas pelos partidos.

O parlamentar socialista explicou que a bancada do PS “não apresentou propostas de alteração que ponham em causa o saldo orçamental” e, pelo mesmo motivo, não viabilizará propostas da oposição ao Governo que comprometam o excedente.

“Nós não daremos ao Governo o álibi para não cumprir com o saldo orçamental. E fazemo-lo por um motivo muito claro, porque o Governo tem responsabilidades. Nós deixámos o país a crescer 3% e este Governo deixa o país a crescer 2%. Nós deixámos o país a crescer os salários muito mais do que está a crescer agora. E este Governo, que já gastou o excedente todo que nós deixámos, tem agora a responsabilidade de cumprir com aquilo que deixou neste Orçamento do Estado”, enfatizou.

Miguel Costa Matos reiterou ainda que os socialista viabilizam o documento orçamental “por um imperativo de responsabilidade”, por considerarem ser “melhor ter algum orçamento, mesmo que um mau orçamento, do que não ter orçamento” e não se pode “executar o último ano do Plano de Recuperação e Resiliência”.

Antes, interveio o social-democrata Hugo Carneiro para ironizar sobre as propostas de alteração apresentadas pela oposição, acusando os partidos de propor a construção de uma série de novas infraestruturas sem calcularem o seu custo e apontando o que caracterizou como “propostas caricatas”, como a iniciativa socialista para que o executivo avalie a transmissão de jogos da liga portuguesa de Futebol na RTP Internacional e RTP África.

“O PS quer aprovar no orçamento a transmissão de jogos de futebol. O Chega quer aprovar a redução do IVA dos chocalhos. E também junta-se à esquerda na questão do IVA dos alimentos. O Livre está preocupado com o sono e acha que é fundamental fazer um grande estudo nacional sobre o sono dos portugueses, juntando à resistência do sistema jurídico português contra o choque autoritário”, disse.

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