A empresa tecnológica Decsis, com sede em Évora, avançou com um pedido de insolvência que aguarda agora uma decisão judicial, informou a administração à Lusa esta segunda-feira, 8 de setembro. A situação deve-se a "problemas graves de tesouraria" que a empresa atribui à sua conotação com a "Operação Nexus" da Polícia Judiciária (PJ).Segundo a administração da Decsis, apesar de a empresa não ser diretamente visada na investigação, a operação policial, realizada em julho, teve um "impacto imediato". De acordo com a empresa, a "Operação Nexus" levou a que o risco de crédito da Decsis fosse elevado "para o nível máximo, fazendo com que a banca cortasse todas as linhas de crédito".Esta situação, juntamente com os "graves danos reputacionais" que afetaram as empresas associadas ao "Grupo Decsis", levou a que a administração se visse legalmente obrigada a requerer a insolvência. O pedido deu entrada no Tribunal de Évora a 5 de agosto.A "Operação Nexus" investiga alegados crimes de corrupção e fraude na aquisição de sistemas informáticos por entidades públicas, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No âmbito desta operação, a PJ deteve seis pessoas em julho, e o jornal Eco noticiou que uma das empresas visadas, a Decunify, que se apresenta como parte do Grupo Decsis, foi declarada insolvente no final de agosto.A administração da Decsis esclareceu à Lusa que, apesar do pedido de insolvência, a empresa e o seu centro de dados em Évora mantêm-se em funcionamento, assegurando os serviços a clientes dos setores público e privado.No entanto, a empresa admite enfrentar dificuldades devido à falta de pagamento dos salários. A totalidade dos seus cerca de 200 trabalhadores (entre quadros e contratados) está com os ordenados de julho e agosto em atraso.