A Comissão Europeia previu esta segunda-feira, 17, que o PIB da zona euro cresça 1,3% este ano, mais do que os 0,9% anteriormente previstos, devido à “capacidade de enfrentar choques” face às ameaças tarifárias norte-americanas.Nas previsões económicas de outono, hoje publicadas, o executivo comunitário refere que o Produto Interno Bruto (PIB) da área da moeda única deverá avançar 1,3% este ano, mais 0,4 pontos percentuais do que previsto nas projeções de primavera divulgadas em maio passado.Para 2026, é estimada uma subida de 1,2% do PIB, o que equivale a uma revisão em baixa, face aos 1,4% anteriormente projetados.“O crescimento económico superou as expectativas nos primeiros nove meses do ano, com o crescimento real do PIB a ultrapassar a expansão anual projetada na primavera”, contextualiza a instituição, apontando que “o crescimento contínuo no terceiro trimestre demonstra a resiliência da economia europeia e a sua capacidade de enfrentar choques sem precedentes”.Tendência semelhante verificou-se no conjunto da União Europeia (UE), já que a Comissão Europeia prevê que o PIB comunitário avance 1,4% este ano e no próximo, o que compara com anteriores previsões de 1,1% em 2025 e de 1,5% em 2026.“Este desempenho melhor do que o esperado deveu-se inicialmente a um aumento das exportações antes das previstas subidas tarifárias, mas o investimento em equipamento e ativos intangíveis também superou as expectativas”, explica.A Comissão Europeia atualiza hoje as suas previsões sobre o crescimento económico da zona euro e da UE, que à semelhança das anteriores continuam marcadas pela incerteza devido ao contexto mundial, apesar dos compromissos de Bruxelas e Washington para um entendimento comercial que permitiu sanar tensões.Depois de projeções pessimistas de primavera divulgadas em maio passado, que foram as primeiras após os anúncios norte-americanos no início do ano de pesadas tarifas à UE, o executivo comunitário volta agora a publicar as previsões, referindo que “a economia da UE continua a gerar um crescimento moderado num contexto geopolítico e geoeconómico em rápida transformação, agravado por novos desafios internos”.“Desde a previsão da primavera, o panorama do comércio global continuou a evoluir, fortemente influenciado por alterações na política comercial dos Estados Unidos e pelas medidas de resposta de outros países. Entretanto, as tensões geopolíticas mantêm-se elevadas, evidenciadas pela prolongada guerra da Rússia contra a Ucrânia e por ameaças a outros países, enquanto o plano de paz para Gaza, de outubro, oferece um vislumbre de esperança para a estabilidade regional no Médio Oriente”, elenca.Acresce, pela negativa, os controlos chineses às exportações, que pressionam sobretudo o setor automóvel e transformador da UE.Bruxelas aponta também que “as trajetórias das políticas orçamentais na UE refletem necessidades crescentes de despesa em defesa, mas são acompanhadas por incertezas políticas internas em alguns Estados-membros”.E apela para que, perto do fim do Mecanismo de Recuperação e Resiliência previsto para agosto de 2026, os países façam esforços de “aceleração da execução eficaz dos seus PRR e ao aumento da utilização dos fundos de coesão em 2027, sobretudo nos países onde o investimento depende fortemente do apoio da UE”.Nas previsões hoje divulgadas, a Comissão Europeia estima, na zona euro, uma dívida pública de 88,8% do PIB este ano, que será de 89,8% no próximo e de 90,4% em 2027. Na UE, estes valores são de, respetivamente, 82,8%, 83,8% e 84,5%.O défice será, na zona euro, de 3,2% do PIB em 2025, 3,3% em 2026 e 3,4% em 2027. No conjunto da União, será de 3,3%, 3,4% e 3,4%, respetivamente.No que toca ao desemprego, a taxa rondará os 6,3% na zona euro este ano, 6,2% no próximo e 6,1% no seguinte, percentagens que serão de, respetivamente, 5,9%, 5,9% e 5,8% na UE.As próximas previsões, as de primavera, serão divulgadas em maio de 2026. .Bruxelas atualiza projeções de crescimento na UE e zona euro