Portugal volta a bater recordes no preço das casas: foi o país da UE com maior subida no 2º trimestre

Preço médio subiu mais 17,2% face ao período homólogo de 2024. Na variação em cadeia, que compara com trimestre anterior, Portugal continua no topo: mais 4,7%.
Portugal volta a bater recordes no preço das casas: foi o país da UE com maior subida no 2º trimestre
D.R.
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Portugal voltou a destacar-se pela negativa em relação à subida do preço das casas, no segundo trimestre deste ano: o país registou a maior subida dos 27 países da União Europeia, com o preço médio a subir mais 17,2% face ao mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados esta sexta-feira, 3 de outubro, pelo Eurostat.

Em média, o preço da habitação cresceu 5,1% na zona euro e 5,4% no conjunto da União Europeia. Portugal lidera o pódio, seguido pela Bulgária (+15,5%) e pela Hungria (+15,1%). Do outro lado da tabela, apenas a Finlândia apresentou uma descida homóloga, de -1,3%.

Mesmo quando se olha apenas para a variação em cadeia — isto é, em comparação com o primeiro trimestre deste ano — Portugal continua no topo: mais 4,7%. Seguem-se Luxemburgo (+4,5%) e Croácia (+4,4%).

Segundo o Eurostat, o aumento dos preços das casas em Portugal tem sido particularmente acelerado nos últimos anos. Desde 2010, o valor médio da habitação mais do que duplicou (+141%), bem acima da média da EU (+60,5%), colocando o país entre os que registaram maior agravamento - embora ainda longe do caso da Hungria (+277%) ou da Estónia (+250%).

Ao mesmo tempo, as rendas também continuam a subir entre os 27 da UE: +3,2% em termos homólogos e +0,7% face ao trimestre anterior. No conjunto da União Europeia, as rendas aumentaram de forma constante nos últimos 15 anos (+28,8%). Também no mercado do arrendamento, os aumentos em Portugal foram bem superiores à média europeia neste período entre 2010 e o segundo trimestre de 2025, com subidas na fasquia dos 50%.

O Governo anunciou recentemente novas medidas para tentar travar o aumento dos preços e facilitar o acesso à compra de casa, como baixar o IVA para 6% em construções de habitação com valor de mercado até 648 mil euros ou alargar para 2300 euros o conceito de renda moderada, concedendo benefícios fiscais aos senhorios que disponibilizem casas até esse teto.

As medidas provocaram fortes críticas da oposição, que acusa o Governo de ter "uma falta de visão abrangente" e de agravar as "injustiças e promover a precariedade na habitação". O conceito de renda moderada com limite de 2300 euros também foi questionado por associações de inquilinos e de proprietários.

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