Poupança dos portugueses em máximos de 22 anos mas longe do pico dos anos 70

Após quedas nos dois anos seguintes, os portugueses voltaram a poupar mais em 2023 e em 2024 a taxa atingiu máximos de 2003, ao fixar-se nos 12,1%.
Poupança dos portugueses em máximos de 22 anos mas longe do pico dos anos 70
Maria João Gala / Global Imagens
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A taxa de poupança dos portugueses encontra-se no nível mais elevado desde 2003, mas ainda se encontra longe dos valores atingidos nos anos 70 e 80, quando guardavam quase um terço do rendimento disponível.

A taxa de poupança atingiu o seu máximo em 1972, quando era de 31,2%, segundo a série estatística do Banco de Portugal. Manteve-se a rondar os 20% nos anos seguintes, mas começou uma trajetória de redução nos anos 90, caindo para o seu ponto mais baixo em 2008, durante a crise financeira.

Em 2020, na pandemia, a poupança disparou para 12%, numa altura em que os portugueses passaram por vários confinamentos e a incerteza sobre o futuro era elevada.

Após quedas nos dois anos seguintes, os portugueses voltaram a poupar mais em 2023 e em 2024 a taxa atingiu máximos de 2003, ao fixar-se nos 12,1%.

Para este ano apenas há dados disponíveis para o segundo trimestre, quando a taxa de poupança das famílias subiu 0,2 pontos percentuais face ao anterior, para 12,6% do rendimento disponível.

Segundo as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional do INE, a despesa de consumo final aumentou 1,4%, variação inferior ao crescimento de 1,5% do Rendimento Disponível Bruto (RDB), determinando esta evolução.

De acordo com um estudo realizado pela TGM Research Institute para a Xtb, os portugueses conseguem poupar uma parte do seu rendimento mensal, mas a maioria não consegue colocar de lado uma percentagem significativa.

O estudo, que tem uma amostra de 1.000 inquiridos, concluiu que 72% dos portugueses dizem conseguir poupar uma parte do seu rendimento mensal.

No entanto, mais de um terço coloca de parte apenas entre 5% e 10% do rendimento mensal e apenas 16% poupa mais de 20%.

No que diz respeito às motivações para a poupança, muitos têm em vista responder a despesas inesperadas (37%) ou alcançar objetivos pessoais (36%), enquanto cerca de um sexto poupa para a reforma ou a longo prazo.

Entre os obstáculos à poupança identificados neste estudo encontra-se as despesas fixas elevadas (49%) e o baixo rendimento (47%).

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Poupança, criado pela Sociedade Mundial de Bancos de Poupança para promover a poupança pessoal e fortalecer a autossuficiência económica das pessoas.

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Portugal com maior subida na taxa de poupança das famílias no 4.º trimestre na UE

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