Projetos na área da água no Algarve passam a ter financiamento até 100%

“Trata-se de um passo que faltava definitivamente para corrigir uma situação que era penalizadora para os municípios desta região nos seus projetos na área da água”, afirma a ministra do Ambiente.
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e EnergiaPedro Correia/Global Imagens
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Os projetos na área da água no Algarve vão passar a ter financiamento até 100% no âmbito de um protocolo assinado em Faro, que permite corrigir uma “situação penalizadora” para a região, anunciou a ministra do Ambiente.

Segundo Maria da Graça Carvalho, quando o Governo tomou posse em 2024, os projetos no Algarve na área da água tinham uma participação de 45%, porque estavam não agregados, já que apesar de com o Programa Operacional (PO) a participação ser de 60%, a penalização de 15% reduzia o cofinanciamento, o que tornava “muito difícil” a execução destes projetos.

Com o protocolo agora assinado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, no âmbito da estratégia “Água que Une”, a contrapartida nacional em investimentos essenciais na área do ambiente nos municípios algarvios será totalmente assegurada pelo Fundo Ambiental, através da Agência para o Clima.

“Trata-se de um passo que faltava definitivamente para corrigir uma situação que era penalizadora para os municípios desta região nos seus projetos na área da água”, afirmou a governante, durante a cerimónia de assinatura um protocolo entre a Autoridade de Gestão do Programa Regional Algarve 2030 e o Fundo Ambiental, através da Agência para o Clima.

Segundo a ministra, com a alteração, em Conselho de Ministros, do Plano Estratégico para o Abastecimento de Águas e Gestão de Águas Residuais e Pluviais e do regulamento dos fundos, acaba-se com a penalização que existia e, com o contributo do Fundo Ambiental, passa a haver a possibilidade de comparticipar não apenas parte, como tinha sido planeado inicialmente, de 85%, “mas a totalidade dos 100% nos projetos da água”.

Maria da Graça Carvalho deixou ainda um apelo: “Neste momento não há desculpas, senhores autarcas, senhores dirigentes da Águas do Algarve, têm o financiamento total. Agora é só trabalho. A partir deste momento, creio que estão reunidas todas as condições para fazermos avançar estes investimentos tão importantes”.

A governante sublinhou que a prioridade imediata é a água, devido ao ‘stress’ hídrico, adiantando que em relação a outros projetos ambientais, como os de resíduos, as situações serão avaliadas caso a caso, “porque há outras regiões do país que também têm problemas”.

A ministra acrescentou, ainda, que o novo despacho do Fundo Ambiental já está assinado e teve parecer positivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

O que for executado este ano já será contemplado. Se for mais do que está previsto, no fim do ano faremos um despacho final para acertar os financiamentos. Executem o máximo possível, porque teremos a capacidade de fazer o cofinanciamento”, exortou.

Albufeiras a 72% da capacidade

Maria da Graça Carvalho fez também um balanço da situação hídrica na região, lembrando que o Algarve atravessou 12 anos consecutivos de seca até 2024: “Graças à chuva do ano passado, mas também ao esforço dos algarvios e de todos os que vivem e visitam o Algarve, conseguimos ter poupanças significativas”, afirmou.

Atualmente, as seis albufeiras do Algarve encontram-se com 72% da sua capacidade preenchida, ou seja, 320 hectómetros cúbicos armazenados, o que representa quase o triplo dos valores registados há um ano, em que estavam a 30% em média, ou seja, com 135 hectómetros, concluiu.

Neste momento estão em fase de candidatura 19 projetos no Algarve para reforço do ciclo urbano da água, num investimento global superior a 59 milhões de euros, que incluem intervenções em sistemas de abastecimento, saneamento e reutilização de águas residuais.

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