O Presidente brasileiro disse hoje que está "totalmente interessado" num possível encontro com o homólogo norte-americano, quando estiverem este fim de semana na Malásia, e que está "disposto a defender os interesses do Brasil"."Estou totalmente interessado nesse encontro. E estou totalmente disposto a defender os interesses do Brasil e mostrar que houve um erro nas tarifas sobre o Brasil", disse Lula da Silva à imprensa em Jacarta, a primeira paragem de uma digressão pelo Sudeste Asiático."Quero provar com números que foi um erro", sublinhou.O Brasil e os Estados Unidos estão a viver uma crise diplomática sem precedentes, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter imposto tarifas de 50% sobre grande parte dos produtos brasileiros, na sequência do julgamento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.Tanto Lula como Trump vão estar no próximo domingo na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, embora a Casa Branca ainda não tenha confirmado se vai ter lugar um encontro privado entre os dois.O Presidente brasileiro insistiu que, do seu lado, não há temas proibidos na mesa de negociações. "Podemos discutir qualquer coisa... De Gaza à Ucrânia, Rússia, Venezuela, minerais críticos, terras raras", frisou."Estou convencido de que podemos avançar e voltar a ter uma relação civilizada com os Estados Unidos (...) Não há razão para continuar assim", acrescentou.Lula recusou-se a especificar quais as concessões que o Brasil está disposto a fazer nas negociações com os Estados Unidos, mas mostrou-se otimista quanto aos resultados."Se eu não acreditasse que era possível chegar a um acordo, não teria esta reunião. Nunca participo numa reunião em que acredite que não é possível ter sucesso. Só vou saber se é um sucesso se eu participar", acrescentou.Lula, que completa 80 anos nos próximos dias, confirmou na quinta-feira, a partir de Jacarta, a vontade de se candidatar a um novo mandato nas eleições de outubro do próximo ano.O Presidente brasileiro deverá viajar hoje para Kuala Lumpur, a próxima paragem do périplo pelo Sudeste Asiático, onde se vai encontrar com o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, no sábado, e participar no domingo na cimeira da ASEAN, tal como Trump. .Exportadores chineses mais do que compensam os efeitos da guerra comercial iniciada por Trump