As Termas do Carapacho, na ilha Graciosa, nos Açores, que este sábado (26 de julho) reabriram ao público, vão continuar a receber obras para que possam ser as primeiras do mundo a funcionar com três águas distintas, revelou a concessionária.A exploração do complexo termal foi concedida em fevereiro pelo Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) à empresa Verde Similar Termas.A empresa realizou obras de 400 mil euros e reabriu hoje o espaço, com instalações de saúde e bem-estar e um restaurante/bar.Segundo Luísa Pereira, sócia-gerente da concessionária, as obras vão continuar por duas fases, a próxima das quais deverá começar em outubro e acabar em fevereiro de 2026, incluirá a criação de uma piscina lúdica com água ferruginosa e uma área de talassoterapia (uso de água do mar para terapia).A nascente tradicional do Carapacho será mantida “para a valência da saúde e, pelo seu reconhecimento histórico e empírico, para a reabilitação física”, disse.Deste modo, a responsável adiantou à agência Lusa que será criada uma oferta única a nível mundial.“Há alguns balneários [termais] em termos mundiais, que utilizam duas águas e que têm várias águas em oferta. O que acontece aqui? A particularidade do balneário do Carapacho é que nós temos uma valência termal diferente da tradicional, que é a da talassoterapia, que constitui a utilização de água do mar também para tratamento”, disse Luísa Pereira.E prosseguiu: “Ora, isso aliado à nascente tradicional e à nascente ferruginosa, portanto, a água ferruginosa, essas captações permitirão que esse balneário funcione com três águas distintas e que seja um balneário único no mundo em funcionamento, com estas características de água”.A ambição da concessionária é fazer da estância termal da ilha Graciosa uma referência “não só do arquipélago, mas do país, da Europa e do mundo”.“Porque nós consideramos que o termalismo regional tem um potencial extraordinário. (…) Há ainda um caminho a ser feito, mas o caminho faz-se andando e vamos encontrar, certamente, ao longo dos anos, mais e mais por onde explorar, porque o termalismo é um dos setores mais transversais a diversas atividades, ao turismo, à saúde, ao lazer. E, portanto, temos muito, muito por onde explorar e esse pode ser um dos maiores setores desta região”, afirmou.Após a segunda fase das obras, a empresa pretende executar uma terceira que inclui a criação da valência de balneoterapia termal exterior, com água da nascente tradicional.O investimento total, a realizar três anos, será superior a 1,5 milhões de euros, adiantou a sócia-gerente da empresa que também explora as termas das Caldeiras, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.Com a reabertura das Termas do Carapacho foram criados nove postos de trabalho diretos.“Hoje, nós celebramos não só a reabertura das termas, mas também o compromisso com a valorização daquilo que é o nosso património natural e cultural”, disse.Para Luísa Pereira, o complexo termal é “um dos maiores ativos da região em termos turísticos e também de saúde”.As Termas do Carapacho, situadas na freguesia da Luz, na ilha Graciosa, são conhecidas pelas suas águas desde 1750.As águas termais são especialmente indicadas “na prevenção e tratamento de patologias do foro reumatológico, sendo utilizada em serviços termais num conceito de saúde, lazer e bem-estar”, segundo o portal VisitAzores.Em fevereiro deste ano, o executivo açoriano revelou que adjudicou “a concessão de exploração do recurso hidromineral e geotérmico do Carapacho e do direito de utilização do edifício das Termas do Carapacho à proposta apresentada pela Verde Similar Termas”.O caderno de encargos fixa um prazo de concessão de 20 anos que poderá ser prorrogado por “cinco anos até ao limite de 30 anos, desde que o concessionário cumpra as obrigações legais”..As termas estão a construir um novo público