"Transição energética? Estamos na direção certa, com a velocidade errada", alerta Jorge Moreira da Silva

O antigo ministro do setor, agora a desempenhar funções de subsecretário-geral da ONU, diz que se trata de "falhar uma obrigação moral", caso as metas definidas no acordo de Paris não sejam cumpridas.
Jorge Moreira da SIlva.
Jorge Moreira da SIlva.Leonel de Castro / Global Imagens
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No que diz respeito à transição energética, "estamos na direção certa, mas com a velocidade errada", na medida em que as metas ditam uma redução das emissões na ordem de 43% até 2030, mas aquilo que se está a fazer deverá levar a um corte de apenas 3%.

O alerta foi deixado por Jorge Moreira da Silva na Conferência "25 anos de energia para o futuro", que celebra o aniversário da Agência para Energia (Adene) e está a decorrer durante esta segunda-feira, 29 de setembro, na Nova SBE, em Carcavelos.

O subsecretário-geral da ONU e antigo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia salienta que está em curso aquilo que descreve como "revolução energética", ao invés de apenas transição.

Ao mesmo tempo, destaca as mudanças ao nível da eletrificação dos consumos, descentralização da produção, integração da energia renovável com o armazenamento de energia e as redes inteligentes. Estas medidas estão a resultar em "alterações de escala com resultados muito mais rápidos do que qualquer projeção anterior tinha antecipado", aponta.

Ainda assim, de acordo com o próprio, o que se está a fazer é demasiado curto para que se alcancem as metas definidas no âmbito do acordo de Paris. O mesmo estabelece a neutralidade carbónica até 2050 e a redução de 1,5 graus Celsius na temperatura média do planeta até 2100... mas falta mudar muita coisa para que o caminho trilhado seja esse, reitera o próprio.

Ora, caso não se atinja a baixa da temperatura estabelecida até 2100, estaremos "a falhar uma obrigação moral", já que se trata de um "limite físico" do planeta, sublinha.

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