Ucrânia: BCE considera impossível apoiar empréstimo de 140 mil milhões com garantia de ativos russos

"Tal proposta não está a ser considerada porque provavelmente violaria os Tratados legais da União Europeia (UE) que proíbem o financiamento monetário", disse à EFE um porta-voz do BCE.
Sede do BCE, em Frankfurt.
Sede do BCE, em Frankfurt.Dirk Claus/ECB
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O Banco Central Europeu (BCE) considera impossível cumprir a proposta da Comissão Europeia (CE) de apoiar um empréstimo de 140.000 milhões para a Ucrânia garantido por ativos russos congelados desde 2022.

"Tal proposta não está a ser considerada porque provavelmente violaria os Tratados legais da União Europeia (UE) que proíbem o financiamento monetário", disse hojeesta terça-feira, 2, à EFE um porta-voz do BCE.

O jornal britânico "Financial Times" informou anteriormente que "o BCE se recusa a apoiar um pagamento de 140.000 milhões de euros para a Ucrânia, dando um golpe no plano da UE de conceder um empréstimo de reparação garantido com ativos russos congelados".

Os ativos do banco central russo estão imobilizados na Euroclear, a infraestrutura de custódia financeira com sede em Bruxelas.

O plano da CE para financiar a Ucrânia nos próximos dois anos prevê que os Estados europeus forneçam garantias estatais para garantir que o risco de pagamento do empréstimo de 140.000 milhões de euros seja partilhado.

O "Financial Times" considera que alguns países europeus não conseguiriam obter dinheiro rapidamente em caso de emergência, o que poderia pressionar os mercados e criar problemas de liquidez.

A proposta da CE prevê que, se em algum momento os Estados não puderem pagar, o BCE deverá assumir os pagamentos.

Mas o BCE considera que é uma proposta impossível de cumprir porque o Tratado o impede e vai contra o seu mandato.

A proposta deixa o BCE de mãos atadas, que quer uma proposta que possa cumprir.

Por isso, a CE começou a trabalhar noutra proposta alternativa que forneceria liquidez temporária para apoiar o empréstimo de 140.000 milhões de euros para a Ucrânia, acrescenta o "Financial Times".

Sede do BCE, em Frankfurt.
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