Empresa do Koweit selecionada para a fase final da compra da Groundforce

Swissport perde concurso para a National Aviation Services. Sindicatos estão satisfeitos com a escolha.
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A National Aviation Services (NAS), empresa do Koweit de serviços de logística de aviação, foi selecionada para a fase final da compra da Groundforce, no âmbito do concurso lançado pelos administradores de insolvência da empresa de assistência em escala ao transporte aéreo, segundo uma comunicação interna enviada ontem aos trabalhadores e a que DN/Dinheiro Vivo teve acesso. A Swissport, o outro candidato à aquisição da Groundforce, está agora fora da corrida e os sindicatos mostraram-se satisfeitos com a escolha. Os termos do negócio entre a NAS e a Groundforce deverão ficar fechados nas próximas semanas.

Na circular interna, os administradores de insolvência da empresa de handling, Bruno Costa Pereira e Pedro Pidwell, dão conta que "o processo competitivo que se encontra em curso, visando identificar um investidor para capitalizar a empresa culminou, após a submissão das propostas finais pelos investidores NAS e Swissport, com a seleção da NAS para encetar negociações, de forma direta e exclusiva". "O período de negociações exclusivas que agora se iniciará deverá permitir que, no decurso das próximas semanas, se vejam fechados todos os termos e condições em que se fará esta capitalização", acrescentam.

O operador mundial em serviços de aviação deverá adquirir a participação de 50,1% da Pasogal de Alfredo Casimiro, o anterior dono da Groundforce. Os detalhes do negócio ainda não são conhecidos pelo que é possível que a NAS possa vir a ficar com a totalidade do capital. O DN/DV questionou a TAP, que detém os restantes 49,9% do capital da Groundforce, e o ministério das Infraestruturas, que tutela este dossiê, sobre os moldes da venda da empresa de handling, mas até ao fecho da edição não obteve resposta. Contudo, "a entrada no capital da Groundforce pelo investidor apenas poderá ocorrer no âmbito do processo de insolvência e após a aprovação e homologação do plano ", alertam os administradores de insolvência. E este processo está pendente da decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de Alfredo Casimiro contra a insolvência da empresa de assistência em escala que foi decretada pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa há quase um ano, a 3 de agosto de 2021.

O Sindicato dos Trabalhadores e Aviação (SITAVA) está otimista quanto ao investidor selecionado. Em comunicado, o sindicato revela que já teve oportunidade de se reunir com a NAS, que "demonstrou um bom conhecimento do setor". E conclui: "A expectativa é que possamos trabalhar em conjunto na recuperação da Groundforce, de forma construtiva e com respeito pelos trabalhadores".

Swissport lamenta desfecho
A Swissport confirmou ao DN/DV que não foi convidada para a última fase das negociações e adiantou que não apresentou uma oferta final para a aquisição da Groundforce por não terem sido proporcionadas condições "economicamente viáveis" à realização do acordo. "A Swissport não submeteu uma oferta final para o negócio de handling da Groundforce em Portugal. A Swissport só considera entrar em Portugal - ou noutros destinos - em termos economicamente viáveis que nos permitam estabelecer uma operação de alta performance no aeroporto de Lisboa para a entrega do melhor serviço da categoria para a TAP e para outras companhias. Essas condições não nos foram dadas, no nosso ponto de vista, e deixámos isso claro", esclarece a multinacional suíça ao DN/DV sem, no entanto, adiantar mais pormenores.

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