Apesar da quinta vaga da pandemia e da imposição de restrições em muitos países do mundo, sobretudo nos grandes parceiros comerciais de Portugal, como Espanha, França e Alemanha, os empresários portugueses ouvidos num novo inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgado esta terça-feira, ainda dizem que confiam num aumento (médio) das exportações de mercadorias na casa dos 6%, este ano..Em todo o caso, se este valor se verificar, será menos de metade do que se espera para o ano passado como um todo. No último inquérito do INE sobre este tema, as perspetivas dos gestores apontavam para uma expansão de 13,5%..Os dados observados do comércio internacional até apontam para muito mais (quase o triplo do ritmo), para cerca de 17,6% de subida no ano passado, como também revelou o INE nesta segunda-feira..Mas uma subida de 6% ou mais é cerca do dobro do verificado em 2019, antes de a pandemia rebentar (3,5%, segundo o INE)..Este novo inquérito "foi realizado a um total de 3.227 empresas, que em 2020 representavam cerca de 90% das exportações de bens", refere o INE.."As empresas perspetivam um acréscimo nominal de 6,5% nas suas exportações de bens em 2022 face ao ano anterior"..Os mesmos responsáveis esperam uma subida "de 7,7% nas exportações para os mercados extra-União Europeia e de 6% para os países da UE", acrescenta o mesmo estudo do instituto..Por Grandes Categorias Económicas (CGCE) destacam-se as exportações de máquinas, outros bens de capital (exceto o material de transporte) e seus acessórios (+9,3%) e o conjunto produtos alimentares e bebidas (+5,3%), revela a mesma fonte oficial.."A confirmarem-se estas perspetivas, em 2022 os valores de exportações de bens serão superiores aos registados no período pré-pandemia.".Em 2019, as exportações de mercadorias avançaram apenas 3,5%, segundo o INE. Em 2020, afundaram mais de 10%..Preços ajudam fortemente o valor exportado.No que respeita a 2021, o INE explica que o aumento não estará apenas relacionado com mais quantidades vendidas. A inflação no preço de muitas matérias-primas e custos de transporte também terá ajudado a puxar pelo valor vendido ao exterior.."As previsões de evolução das exportações em 2022, têm subjacente uma revisão significativa da 2ª previsão apresentada para o ano de 2021 em mais 6,3 pontos percentuais, para uma variação global esperada de 13,5%". No inquérito anterior, publicado em meados de julho, a subida esperada era 7,2% em 2021.."É possível que esta revisão, consistente com a informação do comércio Internacional de bens que aponta, aliás, para uma variação nominal ainda mais acentuada, não decorra somente de um aumento de quantidade mas também, em grande medida, do forte crescimento de preços que se terá intensificado ao longo do ano passado", observa agora o INE..(atualizado 12h20)