Air France/KLM oficializou interesse na compra da TAP

Grupo franco-neerlandês entregou Manifestação de Interesse à Parpública quatro dias antes do fim do prazo.
Air France/KLM oficializou interesse na compra da TAP
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Os interessados na compra da TAP têm até às 16:59 (hora de Lisboa) de 22 de novembro para formalizar o seu interesse no processo de privatização, mas a Air France-KLM não quis esperar mais, como refere o DN na sua edição desta quarta-feira, 19.

O grupo franco-neerlandês entregou ontem (quatro dias antes do fim do prazo) à Parpública (o acionista Estado da companhia) a Manifestação de Interesse na compra dos 44,9% que o Governo vai por à venda na primeira fase, disse ao DN fonte oficial da Air France-KLM.

Na declaração prestada ao DN, aliás, a gigante da aviação francesa enalteceu a entrega antes do prazo, considerando que “uma vez mais, fica demonstrado o forte e continuado interesse da Air France-KLM neste processo”. “Aguardamos com expectativa os próximos passos”, concluiu a mesma fonte da companhia.

Durante a mais recente conferência de imprensa de apresentação de resultados do terceiro trimestre, em 6 de novembro, o CEO da Air France-KLM, Benjamin Smith, referiu que, do ponto de vista da empresa, a Manifestação de Interesse daria “início a um processo oficial, no qual começaremos a reunir-nos com as principais partes interessadas, incluindo o Governo”. Algo que a companhia franco-neerlandesa diz não ter acontecido até agora.

Para a Air France-KLM a TAP é uma companhia com potencial devido à sua forte rede de rotas para o Brasil (ainda que, atualmente, a principal fonte de crescimento da companhia portuguesa seja o mercado norte-americano, EUA e Canadá).

Este interesse nas rotas do Brasil também levaram os responsáveis do grupo a referir que estão dispostos a manter Lisboa como o principal hub da TAP, um receio muito invocado pelo Governo e pelos principais partidos da oposição, nomeadamente o PS.

A junção das operações da Air France-KLM e da TAP tornariam o grupo francês no maior operador aéreo da América Latina.

Por outro lado, o grupo francês considera a companhia portuguesa (a última das transportadoras de bandeira europeias ainda sob controlo estatal) um ativo estratégico para a sua expansão internacional.

Para concretizar o negócio, a Air France-KLM, tal como as suas concorrentes já assumidas, coloca algumas condições para o investimento. O primeiro dos quais é uma garantia de que manterá o controlo da gestão comercial da TAP. Recorde-se que o Estado português tem referido, nas várias apresentações que faz sobre o processo de privatização, que pretende reter alguma intervenção na gestão em matérias consideradas estratégicas. Uma formulação que não foi ainda bem explicada, mas que os interessados deverão querer perceber com toda a clareza.

Além da Air France-KLM, até ao momento também a IAG (dona da Iberia e da British Airways) e a Lufthansa deram conta publicamente do seu interesse na privatização da TAP. No entanto, o Governo português deixou claro que o processo de privatização também está aberto a potenciais investidores (desde que grandes players no setor) provenientes de fora da Europa.

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