A ampliação e reorganização do terminal de contentores norte do porto de Leixões poderá custar até 216,6 milhões de euros, segundo documentos da consulta pública que se inicia na sexta-feira e termina em fevereiro."De acordo com a alternativa de geometria/layout do terrapleno (Alternativa A ou Alternativa B) e solução de cais acostável (caixotões ou estacas), estimam-se custos variáveis, entre, aproximadamente, 201,5 milhões de euros (Alternativa A/estacas) e 216,6 milhões de euros (Alternativa B/caixotões)", pode ler-se nos documentos disponibilizados no portal da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).De acordo com o resumo não técnico do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a Ampliação e Reorganização do Terminal de Contentores Norte do Porto de Leixões, em Matosinhos, distrito do Porto, a duração da construção está estimada em 54 meses (quatro anos e seis meses) e o "horizonte previsto para início da concessão é 2030", prevendo a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) uma concessão com período máximo de 75 anos.O projeto "pretende criar as condições necessárias para a receção de porta-contentores de maiores dimensões, maximizar a capacidade de movimentação anual de TEUs [medida padrão de um contentor marítimo normalizado] e otimizar as operações no Terminal de Contentores Norte do Porto de Leixões".Para tal, a sua ampliação compreende "a ampliação do terrapleno e do cais e a inclusão de um terminal ferroviário", com capacidade para comboios com 750 metros de comprimento, bem como a "reconstrução/reposicionamento do posto B do terminal petroleiro que será desativado com a ampliação do atual Terminal de Contentores Norte".A estimativa de custos exclui o posto B, "cuja construção se estima entre 15 e 20 milhões de euros”, bem como “os custos diretamente ligados à exploração do terminal, como sejam os edifícios e os equipamentos de movimentação de cargas ou os equipamentos de alimentação de energia elétrica aos navios".Com a execução do projeto, o terminal norte "ficará com condições para receber de imediato navios com cerca de 300 metros de comprimento, 40 metros de boca e 13,5 metros de calado, ou seja, com capacidade para 5.000 TEUs, garantindo uma movimentação anual no terrapleno de pelo menos um milhão de TEUs (sendo atualmente de 250.000 TEUs)"."A ampliação do terrapleno terá uma sobreposição total com a Marina Porto Atlântico e os postos B e C do terminal petrolífero do porto de Leixões, desativando-os, prevendo a reconstrução/reposicionamento do posto B e a reformulação da via rodoviária de acesso ao molhe e da rede de tubagens para o transporte de combustíveis/petroquímicos ao novo posto B, mas não inclui a construção de uma nova marina ou posto C.Segundo o estudo, "a relocalização da marina está a ser estudada, prevendo a APDL que a mesma ocupe a bacia junto ao terminal de cruzeiros, onde já existem infraestruturas náuticas", tendo a administração portuária também em curso "um estudo de náutica de recreio para avaliar a necessidade de complementar esta área com outra na proximidade do porto de Leixões, nomeadamente na margem direita do rio Douro, na zona do Cais do Ouro", e, "se necessário, a marina da Afurada poderá acolher algumas embarcações".O Governo prevê um investimento de 931 milhões de euros (ME) no porto de Leixões nos próximos 10 anos, com construção de um novo terminal de contentores no molhe norte, segundo a estratégia nacional Portos 5+.De acordo com a estratégia, dos 931 milhões de euros de investimento previstos até 2035, 219 milhões terão origem na autoridade portuária ou em fundos comunitários, e 712 milhões em empresas privadas, prevendo-se um aumento de capacidade de 10 milhões de toneladas.A estratégia Portos 5+, para promover o crescimento do setor portuário em 10 anos, prevê o investimento de quatro mil milhões de euros, dos quais 75% privado, e o lançamento de 15 novas concessões, anunciou o Governo em 30 de julho.