Apenas 5% dos portugueses não usam ferramentas de IA nas tarefas diárias

Estudo da Magma Studio com a CIP e apoio da DSPA demonstra que os sectores com maior intensidade de utilização são Tecnologia e Inovação, Suporte ao Cliente e Marketing e Comunicação.
Apenas 5% dos portugueses não usam ferramentas de IA nas tarefas diárias
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Um estudo da Magma Studio com a CIP e apoio da DSPA conclui que a inteligência artificial generativa já faz parte do quotidiano da maioria dos profissionais e estudantes em Portugal, mas que a sua utilização continua a ser, em grande parte, pouco profunda e descoordenada a nível organizacional.

A investigação, com 2.762 respostas recolhidas entre junho e outubro de 2025, indica que 94,8% dos inquiridos já usaram ferramentas de gen‑AI e 73,1% recorrem a elas semanalmente; 48,2% utilizam‑na diariamente. O ChatGPT lidera o uso (87,5%), seguido do Copilot (37,6%).

Os sectores com maior intensidade de utilização são Tecnologia e Inovação, Suporte ao Cliente e Marketing e Comunicação.

Apesar da adoção individual, apenas 30,3% dos participantes consideram que a sua empresa aplica a IA generativa de forma estruturada e estratégica.

A principal barreira é a falta de formação: 64,6% não recebeu qualquer formação em gen‑AI no último ano e as ações frequentadas tendem a ser curtas e introdutórias. Essa lacuna contribui para um uso maioritariamente em níveis iniciais — criação de conteúdos, investigação e tarefas básicas — e limita a passagem para casos de uso mais avançados, como automação integrada, análise de dados e agentes autónomos.

A ausência de governance e comunicação interna agrava o problema: quase um terço dos profissionais desconhece onde a IA já é usada nas suas empresas. Para inverter a situação, a Magma recomenda programas de requalificação de média e longa duração, estratégias nacionais responsáveis, incentivos às empresas que integrem IA como complemento ao trabalho humano, um índice anual de maturidade e apoio público dirigido a PME.

Miguel Gonçalves, CEO da Magma Studio, afirma que "a gen‑AI faz parte do dia a dia dos profissionais portugueses e a elevada adoção é evidente, mas a investigação confirma que ainda existe um longo caminho na capacitação das pessoas para utilizarem estas tecnologias num nível avançado e realmente transformador".

Rafael Rocha, diretor‑geral da CIP, acrescenta que "os resultados confirmam a urgência de uma adoção mais estruturada e estratégica da IA. Este é um eixo prioritário para reforçar a competitividade e modernizar o tecido empresarial".

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