Autoeuropa com produção assegurada até ao final da próxima semana

Garantia foi dada pelo diretor-geral da empresa, Thomas Hegel Gunther, apesar das dificuldades ao nível do fornecimento de semicondutores.
A fábrica da Autoeuropa.
A fábrica da Autoeuropa.PAULO SPRANGER/Arquivo Global Imagens
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O diretor-geral da Autoeuropa, Thomas Hegel Gunther, afirmou hoje que a fábrica de automóveis de Palmela, Setúbal, já garantiu a produção de viaturas até ao final da próxima semana, apesar das dificuldades no fornecimento de semicondutores.

“Temos este problema na indústria automóvel europeia, que é conhecido, mas o grupo Volkswagen reagiu extremamente rápido. Temos uma 'task-force' que trabalha continuamente para encontrar soluções e, graças a esse bom trabalho, já assegurámos a produção de carros para esta semana e também para a próxima”, disse à Lusa o responsável da fábrica da Volkswagen em Palmela, à margem do workshop dedicado à transformação da fábrica de Palmela num modelo de produção sustentável e descarbonizada, no âmbito do programa Zero Impact Factory.

Os problemas da indústria europeia a que se referia o responsável da Autoeuropa resultam da decisão da China de proibir as exportações de produtos da empresa Nexperia, designadamente de semicondutores, que são fundamentais para toda a indústria automóvel.

Na passada sexta-feira, muma comunicação aos trabalhadores, a Autoeuropa admitiu poder vir a ser afetada pela falta de semicondutores da empresa Nexperia, referindo ter a produção assegurada para esta semana. Agora, em declarações à Lusa, o responsável garante mais uma semana de produção.

“A Nexperia não é o nosso fornecedor direto, mas um subfornecedor de alguns dos nossos fornecedores”, esclareceu Thomas Hegel Gunther, adiantando que o grupo alemão já assegurou o fornecimento de alguns componentes necessários para a produção de automóveis com semicondutores alternativos.

O responsável da Autoeuropa lembrou que os semicondutores são fundamentais no setor automóvel, bem como nos telemóveis, e que a globalização da economia, trouxe uma grande interdependência na indústria.

“No nosso caso, na Volkswagen Autoeuropa, temos 81 peças que contêm semicondutores dessa empresa (Nexperia). Atualmente toda a indústria - e não só a indústria automóvel - é globalizada”, disse.

“As indústrias e os países desenvolveram-se nas últimas décadas graças à globalização, mas a globalização tem a característica de estarmos todos interligados e conectados com diferentes mercados. E isso é totalmente natural e também muito positivo”, acrescentou Thomas Hegel Gunther, assegurando que o grupo Volkswagen vai continuar a acompanhar o evoluir da situação nos próximos tempos.

Os problemas de fornecimento da Nexperia - empresa com sede nos Países Baixos, mas que foi adquirida em 2019 pela empresa chinesa China Wingtech -, começaram depois que o governo holandês ter assumido o controle da empresa, para impedir a transferência de tecnologia e conhecimentos para o país asiático, e a China respondeu com a interrupção das exportações de produtos da Nexperia, fundamentais para toda a indústria automóvel, incluindo as empresas do grupo alemão Volkswagen, um dos maiores clientes da empresa chinesa.

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