As alterações climáticas intensificam desastres naturais e expõem lacunas significativas na proteção seguradora em várias regiões. O relatório "Alterações Climáticas, Riscos Extraordinários e Políticas Públicas" da MAPFRE Economics aponta que a Ásia tem a maior lacuna de proteção (82,8%), seguida da América Latina (81,0%), enquanto a América do Norte regista a menor (43,2%).Segundo o estudo, apresentado na COP30, em Belém, no estado do Pará (Brasil), as perdas financeiras por catástrofes ultrapassaram 300 mil milhões de dólares em 2024 (aproximadamente 258,5 mil milhões de euros) — a nona vez consecutiva — dos quais cerca de 145 mil milhões de dólares estavam segurados (124,9 mil milhões de euros). Ricardo González, diretor de Análise da MAPFRE Economics, afirma que “as perdas seguradas decorrentes de eventos catastróficos demonstraram uma tendência ascendente contínua a longo prazo, situando‑se numa faixa de crescimento anual de 5% a 7% desde 1992”.Na União Europeia, entre 1981 e 2023, os desastres naturais causaram cerca de 900 mil milhões de euros em perdas diretas, com mais de um quinto dessas perdas apenas nos últimos três anos; a lacuna de proteção na UE atingiu 80% em 2024. O relatório defende ações públicas coordenadas com o setor segurador — como mecanismos de partilha de risco, incentivos à prevenção, seguros paramétricos e títulos de catástrofe — para tornar os riscos mais acessíveis e transferíveis.Mónica Zuleta, diretora corporativa de Sustentabilidade da MAPFRE, realça que “as alterações climáticas constituem um dos principais obstáculos para a estabilidade social e económica e são um desafio de primeira magnitude para a atividade seguradora”..Lucro do grupo Mapfre sobe 26,8% até setembro para 829 milhões